A despeitada do ensino médio e afins


Talvez eu seja desprendida demais e você seja muito agarrado ao passado. Talvez a gente lide exatamente com o tipo de pessoas que vai dar conta. Ou talvez eu esteja falando muita besteira e não saiba nem por onde começar a pensar direito. Acho bem provável, mas também queria entender as distâncias, os encontros e tudo aquilo que acontece meio porque a gente planejou, meio porque foi tudo acontecendo meio sem querer.
Eu não vejo meus amigos da época da escola faz muito tempo e não tenho exatamente vínculos na faculdade. E aí vejo grupinhos, reencontros e fico me perguntando se eu sou mesmo muito estranha ou se essa nostalgia é exagerada. Ok, talvez eu seja bem estranha mesmo. Mas encaro a vida como uma coisa que segue. E muita gente fica pelo caminho mesmo.
Vejo a galera que eu conhecia ainda mantendo as mesmas amizades e me sinto muito nômade. Tenho dois ou três amigos daquela época e olhe lá. A maioria não faz mais parte da minha vida e eu acharia bem desconfortável tentar encaixá-los mesmo que por um breve momento.
Talvez seja um pouco de despeito da minha parte. Ao mesmo tempo que fui me desprendendo de todo mundo, fui me sentindo bem dispensável e é esquisito você ver algo continuar igual enquanto você não consegue mais fazer parte, às vezes mesmo querendo.
Mas num impulso, resolvi ressuscitar aquele velho grupo em que ninguém mais falava. Não é que eu tenha esperanças de ter uma coisa que nunca tive, mas também não é que eu não tenha. Eu só preciso saber que não é culpa minha e que não sou sempre eu quem está afastando as pessoas.

[Esse texto virou uma música e você pode ouvir aqui]

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Publicado por

Elisa Alecrin

Provocando a realidade de dentro para fora e documentando o processo.

0 comentário em “A despeitada do ensino médio e afins”

  1. Hoe, Elisa! Tudo bom, flor? :)Nossa, eu entendo esse sentimento de desprendimento. De certo modo, a vida me fez aprender a escolher a dedo as pessoas com quem eu realmente deveria me importar, seja na escola ou na faculdade. Ocorre que aquele momento em que cada um escolhe e segue seu caminho me parece ser a hora da verdade mesmo, aquela em que você vê se a outra parte estava interessada em levar aquela amizade para a vida tanto quanto você, ou era apenas circunstância do ambiente mesmo.Depois disso, dá para contar nos dedos quantos ficam e você acha estranho aqueles outros grupos grandes da sala se reunindo três, cinco, oito anos depois. Contudo, não acho que seja algo lamentável, pois as relações que se mantiveram são muito especiais para mim. :)Bom, mas só quis compartilhar a minha situação atual. Eu torço muito para que tenha ótimos momentos, experiências e, por que não, surpresas com este reencontro! ♥Beijos, flor~

  2. Oii! Tudo ótimo :)Acabou que o reencontro ficou só na ideia mesmo. Meu namorado que reencontra tudo que é grupo (do ensino fundamental, médio, da faculdade, do condomínio… olha, de tudo) e me leva junto. Aí eu fico no meu canto olhando pra essas interações e tentando entender. Meus amigos de escola se empolgam por menos de 24h no whatsapp e voltam pras suas tocas bem rápido. Mas aprendi com um amigo que cada um tem a sua vida pra cuidar e que isso é algo inevitável. Quem tem que ficar vai ficar independente do ambiente, do tempo e da distância que a vida causa.Muito obrigada pelo seu comentário ❤

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