Autoconhecimento sem fronteiras

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Estilo de vida vivido de dentro pra fora — relatos, sensações e aprendizados do caminho.

O que mudou desde a última primavera

Recentemente assisti a um vídeo no Instagram em que o rapaz falava da primavera fora do Brasil. Não faço ideia de onde ele estava, mas o que ele falava ressoou demais com a minha experiência nos Estados Unidos. A primavera não é coisa de filme! A paisagem muda completamente. As árvores que nas semanas anteriores estavam completamente peladas ficam cheias de flores, as cores tomam a cidade e a vontade de viver revive junto com as flores. Muito bonito e muito bizarro!

Para quem vem de um lugar em que tudo é sempre azul e verde, é muito mágico ver as estações mudarem dessa forma. Mas continuo odiando o frio e desejando ter um tipo de trabalho que me permita tirar férias no inverno (para hibernar) e no verão (para aproveitar). Será que é pedir demais? Não sei, mas agora que a vontade de viver voltou e eu ainda estou entendendo o que eu quero aqui na internet, decidi fazer uma espécie de retrospectiva de tudo o que mudou desde a última primavera que eu vivi (em setembro no hemisfério sul) até a primavera atual (que começou em março aqui no hemisfério norte).

Quando meu visto chegou | Em algum momento da minha rotina | Flores da primavera brasileira | Caminhadinha com minha mãe | Leituras | Malas novas | Lembrancinhas do casamento no Brasil | O baralho de tarô que eu comprei de presente para mim mesma

A primavera passada começou com mil preparativos para a minha mudança de país, de vida, de estado civil… Até agora não sei como minha saúde gastrointestinal aguentou, porque era tanta coisa nova para absorver e tantos novos detalhes para prestar atenção que eu fiquei surpresa. Mas acho que foi justamente por ter tanta coisa para fazer que eu tive que segurar o tchan e me manter “tranquila”.

Demorei muito tempo para entender (e posso dizer que ainda não entendi completamente) que minha vida nunca mais vai ser a mesma. Passei tanto tempo desejando que tudo fosse diferente e na hora que aconteceu parecia que eu não fazia ideia do que sentir, do que pensar e como agir. Acho que isso vale uma nota mental porque frequentemente a gente pinta cenários na nossa cabeça e esquece de se preparar para eles.

Em novembro eu e Zach realizamos nossa cerimônia afetiva de união cercados do amor da nossa família e dos nossos amigos brasileiros. Minha mãe foi nossa celebrante, minha avó entregou nossas alianças, foi um chororô daqueles e eu sinto saudades daquele dia. Mas gravei um episódio no podcast contando como foi esse dia e expressando toda a minha emoção e gratidão por tudo o que vivemos.

O período entre o casamento e a viagem foi bem curto, então tivemos uma quantidade considerável de coisas para fazer, além de apresentar e intermediar as conversas entre as famílias. Já mencionei que meus pais não falam inglês e os pais do Zach (e ele) não falam português? Imagina a mente da palhaça! Mas deu tudo certo e todo mundo se deu bem. Aquela semana foi muito especial para todos nós!

Docinhos do casamento | Pam & Luzia | Correria no aeroporto | Café da manhã com cerveja em Houston | Segundo voo a caminho de Kansas City | Minha primeira seltzer | Lareira | O primeiro de muitos momentos de moletom

Olhando para trás eu percebo que aconteceu tudo tão rápido que só agora eu estou começando a assimilar o que vivi. Ao mesmo tempo toda essa história já tem quase sete anos, mas uma boa parte dela foi uma grande espera. Quando a espera acaba, tudo é muito rápido. E a minha mudança foi assim.

Cheguei nos Estados Unidos no outono de 2024, bem na semana em que aconteceria do dia de ação de graças, conhecendo muita gente, precisando processar todos os meus pensamentos em um segundo idioma, passando um frio do caramba e tentando me adaptar ao que eu via, ouvia e percebia do mundo à minha volta. Uma mistura de encantamento e desespero que só a Deusa!

Country Club Plaza | Made In KC Cafe | Barnes & Nobles | The Ship

O natal aqui é lindo! As casas ficam iluminadas e enfeitadas. Tudo é temático e você pode assistir filmes de natal o dia inteiro se você quiser (eu quis). Mas decidi deixar isso um pouco de lado aqui para falar que foi a primeira vez que comemorei meu aniversário no dia do meu aniversário (24/12) sem misturar com a ceia de natal — que aqui se comemora no próprio dia 25/12.

Fomos a um lugar (que eu achava que era uma cafeteria, mas é bem mais do que isso) que eu sonhava em ir desde que ainda estava no Brasil e seguia a conta deles no Instagram. Depois fomos a uma livraria enorme (meu rolê favorito) e, por fim, fomos com um amigo a um restaurante temático que fez eu me sentir na Fenda do Biquíni.

Me sentindo a Avril Lavigne | Primeira nevasca da vida | Nós dois meia-noite na neve | Ajustes no vestido de noiva | Testes de penteado | Primeira leitura da nova fase

O réveillon americano é diferente e bem menos intenso e barulhento do brasileiro (mas eu pretendo consertar isso em 2025), mas tinha tanta coisa do casamento para prestar atenção que isso passou quase despercebido. Confesso que eu fui uma noiva muito pouco envolvida nas questões do próprio casamento. E em minha defesa isso aconteceu em grande parte pela minha total falta de noção de como as coisas funcionam aqui — um salve para o Zach, para a minha sogra e para todo mundo que foi um anjo durante esse momento.

Acho que foi em janeiro que eu comecei a ter uma nova configuração de rotina e a tentar me encontrar e me reinventar neste novo contexto. Ainda estava me sentindo confusa pela quantidade de coisas acontecendo ao meu redor, mas comecei a internalizar um pouco mais e a tentar me sentir na minha própria pele num ambiente novo — e ironicamente eu tive uns problemas na pele nessa época.

Chiefs’ Game Day | Cerveja em garrafinha de xarope | Brahma e coxinhas | Cachorro quente BR | Despedida de solteiros no jogo dos Kansas City Mavericks | Cookies | Sino de vaca | After

Às vezes o barulho interno fica tão alto que a gente não consegue ouvir as vozes das pessoas à nossa volta e não consegue perceber toda a magia presente na nossa vida. Uma coisa que eu vivi e aprendi muito nestes últimos (e primeiros) meses é que a vida está sempre tomando conta de mim através de todas as pessoas que fazem parte da minha vida. Isso faz com que eu me sinta muito sortuda. Não sei o que de tão bom eu fiz para estar cercada de tanto amor e tanta gente bacana, mas me sinto muito grata por esse privilégio.

Nossa despedida de solteiros foi comemorada em grupo, em um camarote para assistir ao jogo de hóquei do time de Kansas City. Foi uma noite muito divertida e engraçada porque toda hora chegava algum dos nossos amigos com uma lata de cerveja maior do que a minha cabeça para um de nós dois. E naquela mesma semana (eu acho) hospedamos a watch party do jogo dos Chiefs.

O casamento foi lindo e eu passei a maior parte do tempo pensando “isso parece um filme”. Sabe aquela cena de casamento em filmes de comédia romântica quando o casal está na mesa de jantar e alguém levanta para fazer um discurso? Então, foi exatamente assim! Até hoje eu fico incrédula de ter vivido isso.

É louca a nossa percepção do tempo quando alguma coisa desse tamanho acontece. Planejar uma festa de casamento leva tempo, mas viver a festa de casamento acaba muito rápido. Façam fotos, vídeos e peçam fotos e vídeos para seus amigos, porque você vai querer lembrar de cada detalhe desse dia. É engraçado perceber essas palavras saindo de mim porque casar nunca foi um sonho ou meta para mim — e eu particularmente acho que isso alivia a pressão de ter que ser tudo perfeito.

Florzinhas | Sobrinho | Unhas de gel | Carta do mês de abril | Primavera | Comecei a aprender bateria para parar de pensar bobeira | Jogo da seleção brasileira feminina de futebol | Look primaveril

A saudade da minha cultura começou a crescer nas últimas semanas, a necessidade de criar um ritual meu deu as caras de um jeito pouco sutil, mas as novidades e as possibilidades neste novo contexto são inúmeras e é importante estar de mente e peito abertos.

Eu tenho reencontrado a minha versão corajosa sobreposta à minha versão que se sente desconfortável até para ir ao quintal tomar um pouco de sol. Tenho vivido várias primeiras vezes e isso é mágico ao mesmo tempo que é assustador.

É difícil firmar seus pés quando tudo o que você quer é saracotear por aí e explorar o mundo novo que você acabou de descobrir. As incertezas presentes no seu novo modo de viver têm o poder de te paralisar se você se esquecer de olhar para o que está dentro de você, ao seu redor, pulsando, existindo e te mantendo viva.

Mas quando você percebe que a mesma força que te trouxe até onde você chegou é a que vai te manter, te proteger e te guiar, a vida fica mais leve, possível e você encontra espaço para se (re)construir da maneira que você quiser. Sem esquecer quem você foi, sem rejeitar quem você é e abraçando todas as possibilidades de ser.

A primavera sempre me traz a esperança de novos desabrochares — por mais cafona que isso soe. E viver essa mesma estação em contextos tão diferentes e em um espaço tão curto de tempo é doido, mas muito legal também.

Obrigada por ler! 🫶🏽


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Como a sua vida mudou desde a última primavera? ⤵︎

Espiritualidade cotidiana

imagem em tons terrosos de uma mulher loira de chapéu no alto de uma montanha com céu amarelo e uma floresta como paisagem

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer (e não faço tanto quanto gostaria) é olhar para o céu. Isso sempre me traz uma percepção mais abrangente e me faz perceber o quanto as coisas são pequenas e efêmeras em relação à imensidão do Universo.

Eu me esforço muito para conciliar as realidades densa e sutil das coisas e não permitir que minha espiritualidade me torne insensível às causas do mundo físico e vice-versa.

No entanto, vai contra todos os meus instintos e tudo o que eu acredito negar a influência de uma mentalidade espiritual no cotidiano. E é por isso que decidi trazer alguns pontos que revelam de forma singela como a espiritualidade está presente na nossa forma de viver.

Espero que você se conecte.

Você vive pelo que acredita e não pelo que é verdade

Eu nem vou tentar dizer o que é verdade. Verdade pode ser tantas coisas diferentes para tantas pessoas em tantos contextos que isso seria tema para um livro.

Mas independente do que a ciência, livros sagrados ou [insira a sua verdade aqui] digam, você vive muito mais pelo que acredita do que pelas coisas que se provam verdade por experiência ou observação.

Você veio um ser humaninho em branco e, dependendo do que você ouviu e sentiu, vai perceber a vida de um jeito que parece a única maneira certa até se deparar com outras pessoas vivendo de outras maneiras, completamente diferentes da sua, e que estão se saindo muito bem.

Ter esse tipo de contato é essencial para que você se liberte para abrir mão de coisas que são incômodas, desnecessárias e que, às vezes, te aprisionam em um modo de viver que não te satisfaz plenamente.

Você não tem o controle sobre todas as coisas

É uma coisa óbvia que precisa ser dita muitas vezes. Porque você sabe disso e mesmo assim acredita que precisa saber de tudo e dar conta de tudo.

Você acha que precisa estar por dentro de todas as notícias do mundo, caso contrário isso te torna uma pessoa alienada. Mas já parou para pensar que se sentir drenada por causa de coisas que você não pode mudar te paralisa e te impede de agir no que, de fato, está ao seu alcance?

Eu costumo dizer que só dá para fazer o que dá para fazer (e isso já é muita coisa). Mas quando sua atenção está toda em situações completamente fora do seu alcance, você fica sem energia para agir no que está e, quem sabe um dia, ter algum tipo de possibilidade para fazer algo a respeito de causas maiores.

Ser é mais importante e vem antes de fazer

Eu sei que nem tudo é como a gente quer e que a vida na Terra tem muitos desafios. Mas você não pode usar isso como uma desculpa para se esquivar do destino natural das coisas que é o desenvolvimento.

Independente do seu propósito de vida, você está aqui para se desenvolver. E, com isso, não dá para ignorar que ser é mais importante do que ter ou fazer.

Muitas pessoas estão completamente investidas em fazer sem nem terem a noção de se o que estão fazendo concorda com quem elas são. E, sim, nem todo mundo pode realmente se dar ao luxo de pensar nisso.

Mas não estou falando com todo mundo, estou falando com você. Se você puder, invista no seu autoconhecimento e alinhe suas ações com quem você é. A motivação se alinha automaticamente quando você sabe que está agindo a partir de quem realmente é.

Você é menor e maior do que pensa

Com um pensamento alinhado à filosofia hermética, eu entendo que tudo o que é finito não é real. Então, todos os desafios e complicações desta vida são só um instante. E esta vida também é só um instante.

A nossa sociedade tem uma relação muito desconexa com o tema “morte”. Faz algum tempo que eu percebo que pensar nesse tema, me traz a mesma percepção de olhar para o céu: as coisas aqui embaixo perdem o senso de urgência e importância.

Você, enquanto corpo, enquanto o nome que tem, as roupas que veste, as coisas que possui, é menor do que a importância que dá aos que os outros pensam de você, da mágoa que você guarda das pessoas, da dor que você pode sentir quando ninguém vê.

Mas você, enquanto espírito, enquanto a consciência por trás de tudo o que faz de coração aberto, olhos brilhantes e a coragem de ser exatamente quem você é, é muito maior, mais valiosa e importante do que todas as coisas que não vão durar o suficiente para te ver crescer em todo o esplendor da sua alma.

Acredite no que te impulsiona, liberte-se do que não te serve mais e abrace a sua espiritualidade. Você é maior do que as preocupações passageiras. Conecte-se com a grandiosidade do seu ser interior. 🖤

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Você pode (e vai) mudar de ideia

Este é um daqueles textos com base em experiência pessoal direta. Eu estava assistindo a um vídeo e, por dentro, quase colocando em cheque uma criação em que eu tinha acabado de trabalhar. Quase recuei, mas depois pensei que no momento em que minha criação ocorreu aquilo era uma verdade para mim e, até aquele momento, ela continuava sendo. O que me assustou foi a possibilidade de mudar de ideia a partir do momento em que aquela criação fosse publicada.

E aí, eu pergunto: e qual seria o problema nisso?

Acho que acostumamos com a ideia de que é errado mudar ou que mudanças são menos importantes ou falsas porque em algum ponto da nossa história nós pensamos de outro jeito. E isso é uma coisa paralisante, assustadora e de uma ignorância bizarra. Porque a gente está aqui para evoluir mesmo. Se fosse para ficar presa nas mesmas ideias de sempre, qual seria o sentido?

Eu entendo que algumas pessoas se sintam particularmente ameaçadas por aquelas que se colocam no caminho da mudança, porque elas desafiam a ideia de que você pode guardar alguém em um potinho rotulado e catalogado. A ideia de que você sabe exatamente com quem está lidando é mais suportável do que entender que toda pessoa é um universo inteiro e complexo (você não conhece nem todas as nuances possíveis de você, que dirá dos outros).

Mudar de ideia não precisa ser um bicho de sete cabeças e nem condição obrigatória antes de dar vida às nossas ideias do jeito que elas estão, porque muitas das nossas mudanças só são possíveis a partir do movimento e do atrito com a vida. Nossas percepções, ideias e opiniões precisam da experiência e da exposição ao mundo lá fora para serem forjadas. Então, é normal que no teste de fogo algumas estruturas realmente se modifiquem.

A minha natureza sempre foi ir em busca da próxima coisa. Me abrir à lapidação e descartar conceitos que não me serviam mais. Acredito que é um gesto de coragem mudar quando tudo permanece igual, mas também permanecer igual quando tudo muda. E entender esses movimentos vem do que eu sempre falo: autoconhecimento. O que faz sentido manter? O que já passou da hora de ir?

Para o bem do que eu chamo aqui de evolução, você pode (e vai) mudar de ideia. E as outras pessoas também – algumas para melhor e outras para pior. Não tem nada de falso, de errado ou de incomum em mudar de ideia. Em muitos casos é até recomendável. E, se você está aí esperando o “tempo certo” de mostrar as suas criações, numa tentativa de cobrir todas as possíveis falhas e ter uma perspectiva irretocável, pare. Nosso amadurecimento vem com a vivência e não do excesso de autoproteção.

Exponha-se à vida. É assim que a gente evolui. 🖤

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