No começo de alguma coisa

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Photo by Aziz Acharki on Unsplash

Dia desses minha amiga compartilhou o vídeo de uma menina muito talentosa que faz maquiagens e vídeos divertidíssimos. Entrei na página dessa minha amiga pra comentar que eu vi aquela menina (e tantas outras) em começo de carreira e eu mesma estava lá em começo de carreira com elas também. E cá estou, em começo de carreira ainda, vendo essa menina e tantas outras atingirem níveis de sucesso que eu jamais fui capaz de imaginar pra mim mesma. E acho que é aí que reside o problema.

Eu não olho pra essas meninas pensando que eu queria o que elas têm, porque mesmo admirando o que elas fazem, é tudo bem diferente do que eu sei e gosto de fazer. Mas fico tentando entender em que parte do caminho eu desandei pra não ter “desabrochado” no mesmo tempo. E nem é uma questão de querer acontecer no mesmo tempo que todas elas, mas entender o que eu preciso fazer de diferente agora pra não me sentir pra sempre presa no começo de alguma coisa. E aquele problema do primeiro parágrafo, acaba de encontrar um amiguinho.

Quando eu era criança/adolescente, eu só me imaginava sendo duas coisas: cantora ou pediatra. Dada a minha inabilidade com qualquer coisa relacionada à saúde, sobrou o cantora mesmo. Por muito tempo, eu tive certeza que não seria nada além disso. E agora, mesmo sendo mais ou menos uma cantora, acho essa uma das coisas menos prováveis de me levar aonde eu quero chegar. E no meio do caminho de lá pra cá, eu fui descobrindo muitos outros interesses, como a escrita, como a internet e, mesmo sendo uma pessoa estranha, com dificuldades pra socializar e ter a atenção das pessoas voltada pra si, eu sou 100% da comunicação. Eu gosto é disso aqui, comunicar ideias. Seja através de textos, fotos, vídeos ou música.

Acho que, por muito tempo, eu não soube o que fazer pra usar todas as minhas habilidades e criar algo que eu soubesse dizer o que era. Não saber o que eu tô fazendo me deixa sem um objetivo claro. Sim, muita gente começa assim e dá certo, mas acho que não é o meu caso. Então, acredito que faltou entender o que eu realmente queria, onde eu queria chegar e, por consequência, eu não coloquei todo meu esforço em todas as mil coisas não pontuais que eu estava fazendo. E, claro, acho que a sorte resolveu nem me dar bola, já que ela sabia que eu estava confusa.

Hoje eu consigo enxergar isso um pouco melhor. Estou construindo a minha própria visão de sucesso e estou entendendo o que quero e o que não quero em termos de realização pessoal e profissional. Acho que a clareza disso me faz dar passos mais firmes e ter ideias mais coerentes com o meu objetivo de ser fiel à mim mesma e aos meus sonhos. Muito mais do que naquela época de começo de carreira quando eu via todas aquelas meninas e pensava que precisava fazer exatamente como elas pra ser vista. Eu nunca fui como elas e por consequência nunca fui vista tanto quanto elas.

Porque no momento em que eu tiver que ser vista, vai ser por ser exatamente quem eu sou.

ALECRIN CONVIDA | Espiritualidade com a minha mãe

Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal são o ponto principal do meu canal e uma das formas de desenvolver isso é através da espiritualidade. Esse é um dos pontos que eu acho que mais pautam a minha forma de lidar com a vida, com as situações e com as pessoas. E eu acho que não poderia começar a falar de espiritualidade por aqui sem citar e sem conversar com a pessoa que mais me mostrou e ensinou a espiritualidade na prática, que é a minha mãe: Luzia Alecrin

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Para sempre

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Photo by Sam Headland on Unsplash

Eu nunca soube exatamente o que dizer sobre você. E meus sentimentos sempre foram bem confusos. Porque quando eu não tinha como pensar sozinha, as coisas eram mais fáceis. Mas depois tudo foi ficando de um jeito que eu não conseguia entender e eu aprendi a respeitar limites invisíveis que hoje acredito que nem deveriam existir no nosso contexto. Mas eles existem. Existem e são quase palpáveis de tão presentes que são.

Eu sempre considerei a ideia de escrever, porque é como a gente se entende, mesmo quando fala em frequências diferentes. É mais fácil, menos doloroso, mas não deixa de nos atingir em cheio mesmo assim. E todas as palavras não ditas ficam reverberando dentro da gente, com milhares de planos de fundo e coisas das quais a gente precisava se livrar antes de verbalizar qualquer uma dessas palavras.

Eu sempre, sempre tento enxergar mais do que os meus olhos me mostram, mais do que meu cérebro teimoso quer rastrear e mais do que meu coração iludido por uma promessa frustrada consegue perceber. Sempre acabo brava, sentindo um pesar por histórias que nem são minhas e assumindo responsabilidades por coisas que não posso mudar. Isso ou eu desisto de tudo pela enésima vez.

Às vezes eu acho que vai ser isso mesmo e que eu vou ter que tentar construir uma história longe de, em cima de ou apesar de… Às vezes eu consigo entender que as coisas são menos preto no branco do que eu enxergo e que, mesmo que todos os fatos decisivos sejam extremamente complicados e, muitas vezes, desnecessários, há coisas que me fazem acreditar e aceitar que nada vai mudar. E que não mudar pode não ser um problema, desde que eu não olhe pra isso como tal.

E sempre volto às minhas próprias reflexões de que dá pra tirar aprendizados mesmo de situações que eu não entendo totalmente agora. Às vezes não se trata de entender logo de cara, mas perceber que efeitos isso tem na gente, como nos faz reagir e em que pessoa isso nos transforma. Para sempre, nunca ou às vezes…