Bem mais do fundo do coração

 
Confesso que não sei nem como começar a escrever este post. Queria fugir de tudo o que eu já disse aqui sobre mudanças anteriormente. Porque a verdade é que eu não tenho muitas certezas no momento. Mas as poucas certezas que tenho estão exigindo que eu não faça mais as mesmas coisas de sempre. E ao mesmo tempo, o medo de fazer as coisas do jeito errado e, mais ainda, o medo de como essas coisas serão recebidas têm criado uma nuvem cheia de dúvidas na minha cabeça.
 
Já fiz a mesma coisa de diversas maneiras diferentes na esperança de me sentir melhor, mas não me sinto. A pessoa que eu me imagino sendo não tem quase nada da pessoa que eu aparento ser. E conversas com amigos, conteúdos de diversos tipos que consumi nos últimos tempos, me fizeram perceber que eu estou fazendo muito menos do que gostaria por preguiça e por medo. Isso assombra os meus pensamentos e me mantém travada no mesmo lugar.
 
Mas não é essa a pessoa que eu sou. A pessoa que eu sou tem coisas bem mais do fundo do coração pra compartilhar. Mas o que vem do fundo do coração deixa a gente exposto/vulnerável e é por isso que eu tenho evitado (desde o começo deste blog) “botar a cara no sol”. É cômodo e é seguro. Só que o cômodo não me aproxima de nada do que eu realmente quero pra minha vida. E nada é realmente seguro. Correr riscos é necessário.
 
Eu não estou certa do que vou fazer daqui pra frente, mas como dizem “a vida começa fora da zona de conforto”. E a zona de conforto não me comporta mais.
 
“Talvez eu tenha que andar um pouco mais, mas olha o tanto que eu já deixei pra trás…”

Por que não parei de blogar (ainda)


A gente se divide em tantos micro espaços nessa internet de meu Deus e faz textão para tantas redes sociais diferentes que até se perde um pouco da ideia de que existem blogs e que eles são muito úteis na manutenção e no compartilhamento de ideias. No meu caso, eu sempre gostei mesmo de ter todas as coisas que gosto e sei fazer reunidas num lugar só. Quer dizer, antes disso (muito antes disso, quando eu tinha uns treze anos), eu só realmente gostava da ideia de ter um diário online. Muito depois é que eu percebi que dava para usar o blog de outras maneiras e aqui estamos.
 
Escrever é uma espécie de terapia para mim. E no meio de tanta mensagem, de tanta guerra, de tanta coisa que parece boa mas não é, eu só quero preservar um espaço em que eu veja as coisas que gosto e que consegui cultivar de bom dentro de mim. Mesmo com todo estímulo externo vindo de outros lugares e redes. Além disso, o blog é o filtro que traz só quem está na mesma vibração que você e não foi totalmente engolido pela realidade paralela das redes sociais.
 
Aqui é a minha linguagem que eu compartilho. Sem hashtags, sem muitos aparatos para chamar a atenção de quem está lendo. É a maneira mais crua, sincera e direta que eu compartilho meus pensamentos, meus gostos, meus sentimentos. Gosto de olhar meu blog como um portfólio das minhas habilidades criativas. Ah, e é claro, eu gosto de pensar que me expresso com mais facilidade escrevendo do que falando. E escrever para o blog não me desanima o tanto que manter um canal no YouTube me desanima de vez em quando. Especialmente porque aqui eu não me frustro se ninguém me dá um pingo de atenção. Escrever é uma coisa natural para mim. Diferente de produzir um vídeo cheio de “frufru” e ele flopar.
 
Acho que me desprender da ideia de “ter que” publicar no blog me trouxe a liberdade de poder escrever independente da audiência. O que mais importa não é quem está lendo ou quantas pessoas estão lendo, mas a possibilidade de poder ser exatamente quem eu quero ser me comunicando e fazer isso por prazer. Sem tentar agradar, sem produzir um conteúdo que me deixe desconfortável por achar que assim mais pessoas vão consumir. A minha intenção é levar essa mesma ideia para as outras plataformas. Mas confesso que as redes sociais cheias de preguiça, pouquíssima empatia, informações mastigadas e expectativas que esperam que você corresponda, me desanimam um bocado. Parece que ninguém considera que você tem uma mensagem e um jeito só seu de comunicar essa mensagem.
 
Ao mesmo tempo, eu sempre acreditei e continuo acreditando que independente do seu jeito, quem é da sua tribo eventualmente vai te achar. E é por isso que eu mantenho meu blog no ar. Porque não sei não escrever, não sei não ser eu e preciso de um pedacinho de terra nesse planeta louco chamado internet para dizer quem eu sou e mostrar o que eu sei fazer. Mesmo que só alguns gatos pingados se deem o trabalho de interagir com este conteúdo. Vale a pena para mim. ♡
 

Romance de ponte aérea

 
Eu estava pensando sobre os momentos da vida em que a gente decide uma coisa que muda tudo para sempre. E a gente nunca realmente está consciente dessas decisões até que elas sejam parte do passado. É sempre estranho (não de um jeito necessariamente ruim) pensar nisso, mas também sempre me faz perceber que não importa quão ruim ou boa tenha sido uma decisão, eu não seria quem sou hoje se não tivesse escolhido o que escolhi.
 
Parece uma coisa de menina boba (e eu parei de me importar muito com isso), mas desde sempre eu gostei de acreditar que todas as pequenas coisas que me constroem não são à toa. Como se minha vida fosse um livro, uma série ou um filme. E no final das contas (eu adoro dizer isso) cada um é protagonista da própria história, não é mesmo? Eu sempre quis viver uma vida de filme, mas eu não lembro de ter falado ou pensado o suficiente sobre isso. Mas aqui estamos.
 
Talvez eu não fale tanto disso quanto eu falaria na história que passa dentro da minha cabeça, mas o Instagram me proporcionou viver um enredo de filme. Um filme bem louco com um histórico de corações partidos que se revelaram super úteis e uma trilha sonora vasta e com muito ukulele. Romance de ponte aérea e dois universos completamente diferentes, com idiomas diferentes.
 
Eu ainda estou assustada com o rumo completamente inesperado que as coisas tomaram nos últimos meses, mas a vida é para ser vivida. Ouvi das bocas mais aleatórias palavras reconfortantes. Encontrei paz e certeza nas coisas mais simples dos meus dias e a coragem para ser, viver e conquistar se apresenta cada dia mais forte e clara (não é só uma coisa que eu sinto, mas que eu também entendo). Meu coração literalmente (e eu sei o que significa literalmente) oscilou e por um tempo eu fiquei paralizada por não acreditar que eu já estava preparada. Mas acontece que eu estou.
 
Se não estivesse preparada, eu não teria tomado a decisão de responder aquela mensagem aleatória. E daquele dia em diante tudo poderia ter sido completamente diferente do que é agora. Mas é assim que funciona e a gente vai escolhendo as nossas falas, atuando nas nossas cenas e desenrolando nosso próprio filme. Eu sei que é só o começo de uma nova história, mas as decisões de antes, de agora e as que ainda vou tomar vão me levar para algum lugar que eu nunca imaginei estar.
 
Com sorte esse lugar vai ser perto de você. ♡