autoconhecimento sem fronteiras

Autor: Elisa Alecrin Page 42 of 75

Provocando a realidade de dentro para fora e documentando o processo.

Então ok e bola pra frente

Photo by Lê Tân on Unsplash

Um salve pra todo mundo que some de vez em quando. Que cansa, que pesa, que não faz ideia do que tá acontecendo, que teme e que já não aguenta mais tudo isso. Um salve pra quem chora no banho e tem trilha sonora praquilo que nem sabe dar um nome. Um salve pra quem leva a culpa de um troço que nem sabia que tinha acontecido. Um salve pra quem tenta, mesmo mais caindo do que conseguindo ficar de pé. Um salve pro reflexo no espelho de quem andou um tempo sem paciência pra cuidados básicos com a pele.
Vira e mexe isso vem. Ninguém sabe de onde, como ou por quê. Inventamos motivos, sintomas e curas que nunca curam de verdade. Vestimos sorrisos, paranoias e embarcamos em conversas que nem acreditamos de verdade, só pra fazer de conta que não tem nada acontecendo. Mas tem alguma coisa acontecendo, a gente só não sabe dizer o que é. E aí a gente vai pra mais uma rodada de faz de conta, de quem é a bola da vez, a fofoca da vez, a moda da vez, o cacete a quatro da vez… E tentando fazer parte de tudo ou acompanhar tudo, a gente se perde, se embola, se atrasa e tropeça na gente mesmo.
O mais engraçado (que na verdade não é exatamente engraçado) é que tá quase todo mundo no mesmo barco, mas estamos todos tão acostumados a fingir, a varrer pra debaixo do tapete, a se entupir de um monte de coisas pra tapar nossos buracos e ostentar uma certa produtividade (e profundidade) que quando para pra reparar que o mundo inteiro tá errado, se assusta ao saber que todo mundo sabe, mesmo fingindo que não.
Então ok, e bola pra frente, mesmo querendo chorar em posição fetal até desidratar antes de dormir. E um salve pra você que não desiste de nada mesmo com as possibilidades se mostrando cada vez mais assustadoras dia após dia.
• • •

Follow Me:
YouTube | Instagram | Twitter

Deixe seu comentário

A Arte de Pedir (Amanda Palmer)

No último post de favoritos eu citei o livro A Arte de Pedir (compre agora), da Amanda Palmer. Agora voltei pra falar mais sobre ele, dizer sobre o que exatamente ele fala, se eu realmente gostei ou não. Mas antes disso, vou explicar como eu cheguei até esse livro.

Não sei exatamente em que momento ou por que mas assisti à palestra da Amanda no Ted Talks e achei incrível o que ela falou em tão pouco tempo. Quando encontrei essa palestra, ela já não era exatamente uma novidade e o livro (do qual vim falar) já tinha sido lançado. E aí, como eu estava começando a aceitar algumas ideias pra fazer uma campanha minha no apoia.se, achei que seria bom ter o livro. Mas por que esse e por que ela? Você pode assistir ao vídeo abaixo ou pode ir direto pro próximo parágrafo pra saber.

Depois que se formou na faculdade, ela trabalhou como estátua viva. Pintava o rosto de branco, usava um vestido de noiva, subia num caixote e deixava um chapéu na sua frente. Sempre que alguém colocava dinheiro no chapéu, ela dava uma flor em troca. Ela também tinha uma banda (The Dresden Dolls), que em determinado momento passou a arrecadar dinheiro suficiente pra ela parar de trabalhar na rua.

A banda saiu em turnê e conseguiu contrato com uma gravadora. Mas por ter um estilo bem diferente do que tocava na rádio, foram parar na geladeira da gravadora. As vendas não corresponderam às expectativas da gravadora (cerca de 25 mil cópias do segundo álbum – o primeiro foi produzido de forma independente). No entanto, por ser ativa na internet, Amanda tem contato muito próximo com os fãs (pelo twitter e por uma lista de e-mail) e já estava habituada a pedir e contar com a ajuda das pessoas. Fosse pra pegar algo emprestado, pra se hospedar na casa de alguém… O que você puder imaginar. Então, ela liberava as músicas no estilo “pague o quanto quiser, se quiser” e os fãs colaboravam. Pra resumir a história, posteriormente ela lançou uma campanha de crowdfunding que arrecadou mais de 1 milhão de dólares. A parte curiosa é que o número de pessoas que colaboraram não era muito maior que 25 mil.

O livro conta todo o percurso dela nessa jornada que é ser artista independente (porque ela não ficou na gravadora, afinal), ter uma vida, medos, anseios e uma infinidade de experiências derivadas do contato com os fãs, da participação ativa na internet (que funciona para o bem e para o mal). Há fotos, letras de músicas e muitas menções sobre ukulele (o que eu gostei bastante). Não é um livro com passo a passo de como enriquecer pedindo dinheiro dos outros. Não é sobre enriquecer, não é sobre marketing e nem propriamente sobre pedir. É sobre conexão, sobre ajuda, sobre enxergar as pessoas e deixar que a sua arte fale.

Eu aprendi muita coisa lendo esse livro. Sobre relações amorosas, de amizade, de respeito. Me identifiquei muito com vários dilemas, medos e pensamentos da Amanda enquanto artista e enquanto pessoa. Pedir não é necessariamente fácil, e também não é errado. A gente consome arte o tempo todo e nem sempre dá o valor devido, né? Ser artista é profissão e pedir a colaboração das pessoas não é mendigar. Se a minha arte te toca e você quer fazer parte disso de alguma forma, é um acordo entre duas partes. E nem sempre se trata só de dinheiro. Vamos pensar nisso ♡

P.S.: Realmente gostei de muitos aspectos do livro, mas estou até agora tentando entender qual é a da música “Do You Swear To Tell The Truth & Nothing But The True So Help Your Black Ass“.

• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

FAVORITOS | Março 2018

O mês de março parece que durou metade de um ano pra mim. Aconteceu tanta coisa que parando pra pensar agora nem parece que tudo aconteceu em só um mês. Muita coisa boa, problemas de saúde e uma série bizarra de diálogos internos bem perturbadores que me afastaram da internet nas últimas semanas. Só de pensar minha cabeça gira, mas tô com bons sentimentos a respeito de abril! Separei cinco das minhas coisas favoritas do mês que passou (pra gente ficar só com o que foi bom) pra compartilhar com vocês. Vamos lá?

LIVRO: A ARTE DE PEDIR (AMANDA PALMER)
Desde que assisti à palestra da Amanda no TED e soube da existência desse livro, eu quis saber qual era. Especialmente pra dar um norte pra minha campanha no apoia-se. Pedir pra mim sempre foi uma questão meio complicada. Confiar e depender, então, nem se fala. E nesse livro ela vai abordando todas as nuances do confiar e do pedir contando a história dela e como tudo se deu especialmente no que diz respeito à campanha de crowdfunding dela e da relação super próxima com os fãs. Ainda não terminei de ler, mas pretendo escrever as minhas impressões sobre ele em breve aqui no blog. Tô curtindo demais a leitura.

9 MIL INSCRITOS NO CANAL
Logo nos primeiros cinco dias do mês o canal completou a marca de nove mil inscritos! Eu tenho fichas que demoram um certo tempo pra cair e essa foi a mais demorada. Eu divulgo e fico recebendo os parabéns dos amigos, mas demoro a realmente entender o que tá acontecendo. É claro que nove mil não é um número tão significante pra internet em dias atuais, mas são nove mil inscritos NO MEU CANAL. Aquele canal que eu comecei há alguns anos e que volta e meio repenso frequência, conteúdo, me pergunto o que raios tô fazendo da vida e nem imaginei lá nos primeiros mil que chegaria aqui hoje. Enfim, passam milhares de coisas pela minha cabeça. E tá rolando sorteio de um ukulele no meu Instagram, em parceria com a Lojalele. O resultado vai sair assim que o canal completar dez mil inscritos (e já tá quase lá).

DECORAÇÃO: PRINT DA NATH ARAÚJO
Já tem um tempinho que eu acompanho o trabalho da Nath Araújo pelo Instagram e nem lembro como foi que eu cheguei até ela, mas sei que amo as moças que ela desenha, as frases atrevidas, os deboches, os olhares blasé e as manchas de canetinha. Daí ela inaugurou uma loja virtual e eu pirei. Postei fotos de alguns prints de ilustras que EU AMO e dei uma chorada nos meus stories. Um amigo (que eu sei quem é, mas que pediu pra não ser identificado) achou que seria uma boa ideia me dar um dos prints de presente e me fez a garota mais feliz do Instagram! O print é a minha cara, btw (cheguei a considerar pintar o cabelo de loiro – mas não tenho coragem).

MODELO POR UM DIAAdoro quando me chamam pra umas coisas completamente diferentes da minha rotina. A Flávia Santos (que mora na minha cidade e a gente só se conheceu agora) é maquiadora e estava fazendo um curso de especialização em noivas e precisava de uma modelo. A experiência foi muito legal e eu nunca tinha sido tão bem maquiada em toda a minha vida! Amei o resultado.

TEATRO: O MUNDO MÁGICO DE OZ Acho que vou criar uma hashtag desse dia (#apoiemseusamigosartistas) porque me deu um estalo do quanto a gente “aprecia” arte quando parte de desconhecidos e desfavorece quando é de gente conhecida. A Beatriz Pedroso (a bruxinha indecisa) é minha melhor amiga e além de compartilhar sonhos, a gente também compartilha uma série de opiniões e reclamações. Uma delas é a falta de apoio da galera que a gente conhece. Ela atua (e faz mais um monte de coisas incríveis – sigam o Instagram dela) e eu canto e sempre que dá a gente se prestigia. Sim, é verdade que a vida tá corrida e tudo mais, mas se a gente não acha tempo pra celebrar o talento dos amigos tem alguma coisa errada. Então, apoiem seus amigos artistas! Seja indo assistir às apresentações, compartilhando o trabalho deles ou incentivando de alguma forma (comentários e likes são uma forma de apoio e incentivo também). Quanto ao musical, eu adoro! Um monte de crianças com os pais, eu e meu namorado, mas eu fico tão orgulhosa vendo minha amiga em cena que vocês nem imaginam.

Desejo que abril seja um mês lindão, cheio de coisas boas e que as que não forem tão boas a gente use de aprendizado pra melhorar todo dia. ♡


• • •
Follow Me:
YouTube | Instagram | Spotify

Deixe seu comentário

Page 42 of 75

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén