Levei mais ou menos quatro meses pra terminar de ler este livro, de Chas Newkey-Burden (compre agora), pela segunda vez. Não lembro exatamente o que me motivou a enfrentar essa leitura novamente, mas me apaixonei ainda mais pela Amy e pelo trabalho dela. Queria muito (acho que como todo mundo que é fã queria) ter sido amiga dela, dar uns cascudo, quebrar uns prato até ela ouvir… Ser maternal com ela como ela era com os amigos e dizer “miga, cê precisa sair dessa, eu te ajudo”. Mas enfim, só nos resta contemplar quem ela foi e aproveitar a música excelente que ela deixou como legado. E claro, as coisas que ainda podemos aprender com a vida e a história dela. Como as coisas que vou citar agora:
• Sempre vou me emocionar quando alguém traduzir exatamente o que eu sinto em relação a música. Amy disse que caso fizesse terapia com um profissional não conseguiria ser tão verdadeira e sincera quanto era nas suas canções. Isso sempre me pega desprevenida e agarra meu coração completamente. Ter na música uma amiga, um refúgio é ganhar o melhor abraço do mundo. E daí eu me lembrei que faz muito tempo que não componho e eu preciso investir mais tempo em musicar as coisas que eu carrego comigo.
• Por mais que você goste muito de uma pessoa, nada vale seu desespero de envolver quem não tem nada com isso no esforço de ser ouvido. Os problemas com uma pessoa precisam ser resolvidos com ela. Não precisa virar uma lavagem de roupa suja pública. Nessa ninguém se ouve, vira um disse me disse sem necessidade. E por mais que você ame muito uma pessoa, nada no mundo justifica se deixar de lado por causa desse amor.
• Vai ter quem fale bem, quem fale mal, quem tente sugar a sua vida pra fora pra ter o que falar. No final das contas, aqueles que realmente te querem bem vão entender o seu lado e, mesmo que não passem a mão pela sua cabeça, vão torcer pra que as coisas melhorem ou deem certo pra você.
• Por mais desenfreada que uma pessoa possa parecer, ela é tão de carne e osso quanto qualquer um no mundo. Amy tinha sonhos que eram muito próximos da realidade de qualquer pessoa e que pra ela, infelizmente, acabaram distantes e, por fim, impossíveis.
Amar intensamente tem uma beleza incontestável e é de uma sensibilidade sem fim. Sempre associei arte a sentimentos reais, puros e intensos. Também sempre acreditei que ela tivesse um preço pra quem a possui. A vida da Amy permitiu que ela tivesse um tipo de arte que dura e é palpável mesmo após sua morte. É uma arte celebrada, apreciada. E tudo isso foi derivado de uma vida vivida sem frescura, sem medo da entrega, da dor, do sofrimento. Não tô dizendo que foi bonito ou legal. Tô dizendo que foi intenso, caótico, desastroso e, bizarramente, isso tudo compôs o trabalho dela. De maneira tal que alguém com uma vida comum não seria capaz de reproduzir. ♡
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