Sobre não desistir (ou algo assim)


Uma vez me perguntaram o que não se devia deixar de fazer. Minha resposta foi: não se deve deixar de considerar o que tem importância pra você. Não foi bem com essas palavras, e eu nem lembro por que essa pergunta surgiu. Mas depois de ter algumas expectativas frustradas, aprendi a tirar proveito disso. A vida de ninguém para porque a gente precisa se recompor. Nem a nossa. Se desculpar consigo mesmo achando que isso justifica tudo e te faz café com leite na vida não é aplicável à realidade.
Eu acredito que a gente não controla todas as circunstâncias à nossa volta. Mas acredito também que sempre existem coisas que podemos e devemos fazer antes de esperar que a vida seja legal com a gente. E a principal é: não desistir. Porque o tempo não para, oportunidades nem sempre se repetem e atrás vem gente.
Posso soar meio repetitiva, mas existem coisas que os outros não podem fazer por nós. Porque não estão na nossa pele, porque não se importam e/ou porque têm suas próprias vidas pra cuidar. Você pode ficar uma semana ou vários meses cultivando a dor de um pé na bunda, mas enquanto isso, a outra pessoa está se refazendo, correndo atrás do que é dela e, quem sabe, até em um novo relacionamento.
Não, isso não é uma competição pra ver quem se dá bem primeiro. É só um toque pra ninguém sofrer mais do que é necessário ou desperdiçar tempo chorando, enquanto poderia conquistar sonhos e aproveitar oportunidades de fazer, construir e viver coisas incríveis. Não desista do que você quer e não perca tempo velando coisas que já foram. 
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Um bom motivo

Photo by Josh Felise on Unsplash

Eu te vi chegar de fininho, aos poucos, fazendo esforço pra não ser visto. Ri do quão engraçado foi ver você derrubar os livros e estragar seu disfarce. Você me olhou nos olhos e ergueu os ombros reprovando a sua própria falta de jeito em passar despercebido. Ainda me lembro daquele olhar e de como ele me fez sentir.
Outro dia você me ligou porque eu fui embora antes de você voltar e a gente não se despediu. E eu pensei “lá vamos nós outra vez”, revirei os olhos e achei tudo aquilo muito clichê. Já te achava legal e tudo, mas não imaginei que um dia eu pagaria pra ver. E olha que eu paguei… a língua. Te liguei no meio de uma tarde e uma chuva torrencial pra te dizer que não dava mais e que eu queria te ver. A sua risada entregou na hora tudo o que você esteve pensando durante todo esse tempo.
Dois dias depois a minha campainha tocou e era você. Meu susto, meu coração, minhas mãos trêmulas, minhas borboletas no estômago, minhas pernas bambas, minha cara de trouxa, você… no meu portão. Foi o abraço mais longo e apertado que eu dei em muito tempo. E eu prometi pra mim naquele dia que eu nunca te deixaria sair da minha vida.
Algumas vezes chove, outras faz sol. Algumas vezes eu tenho certeza, outras sou toda dúvidas. Têm dias que eu não vou a lugar algum e têm dias que eu faço as malas. Eu choro de medo e incerteza agora e depois sorrio de tantas possibilidades inexploradas. Eu tento ser daqui pra fora, mas no fundo eu sei que não iria a nenhum lugar em que não pudesse te encontrar.
Você tentou chegar sem alarme, sem barulho, sem atenção. Mas antes de estourar o silêncio, eu já tinha te visto. E por mais que eu tenha tentado negar de várias maneiras, no fundo eu sabia. Foi daquele olhar em diante que eu encontrei nas minhas próprias falhas um bom motivo pra continuar tentando.
E eu nunca desisti. 
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Pra você ficar


Você me olhou com carinho pela última vez naquele dia antes de fechar a porta. Eu achei que meu coração fosse pular pela boca, então sorri sem mostrar os dentes. Você foi doce e isso interrompeu a minha amargura. Eu te entendi pela milésima vez e isso doeu como sempre. Porque te entender não significa menos incômodo ou menos vontade de sumir daqui quando você me olha decidido a não ficar.
Eu fiz um trato pessoal de não tocar mais no assunto e nem em nada ao redor dele. Mas no domingo, quando eu te vi sorrir, achei que seria uma boa ideia acreditar. Mas não era. E eu não levei 24 horas pra compreender que estava me enganando outra vez. Tentar transformar as coisas em algo que elas não são só infringe dor. E já tem dor sobrando. Não precisamos de mais. Não precisamos de outra razão pra dizer adeus.
Pode parecer estranho, mas eu fiz questão de gravar cada momento na memória. O seu olhar, seu carinho e a mão na maçaneta da porta. Eu não sei se eu quis muito ver ou se realmente aconteceu, mas a maneira como seus dedos se fecharam na maçaneta me disse o quanto você gostaria de permanecer. E mesmo com tantos motivos pra ir, eu não posso em nenhum momento perder a esperança de que um dia você fique. E fique pra sempre.
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