Lembra quando você era criança e te perguntavam o que você gostaria de ser quando crescesse e você respondia com uma profissão? Pois bem, você não é uma profissão. E pode ser que no meio do caminho você tenha descoberto que gosta de fazer outra coisa, esquecido completamente aquela ideia (porque afinal de contas você era só uma criança) ou você pode não ter conseguido. E aí, se você não conseguiu, você diria que não é nada? Porque se ser estava intrinsecamente ligado à uma profissão e você não está nessa profissão, então você não é?
Você é moldada pelas experiências que tem, pelas pessoas com quem convive, pelas coisas que gosta de fazer… Mas você já é um monte de coisas. Você já é você. Com qualidades, defeitos, com sonhos e com uma história cheia de aventuras e perrengues que é só sua. E é só quando você para e observa é que se dá conta dessas coisas que compõem quem você é. E também por meio dessa observação você consegue identificar as coisas que contribuem para o seu crescimento ou te atrapalham.
Saber quem você é sempre vai ganhar de deixar que as pessoas te definam por você. É claro que quem convive com você pode contribuir com dicas e pistas sobre a sua personalidade. Mas só você sabe como se sente, o que pensa e o que realmente deseja. O mundo fora da gente distrai. É muito fácil comprar a verdade de outras pessoas desejando ser quem não somos, baseadas em coisas que não temos, para agradar pessoas que não se importam de verdade. Mas as respostas que a gente precisa estão do lado de dentro.
Desde cedo você aprendeu a se guiar pelo por vir. Quando você crescer, quando você conhecer alguém, quando você tiver filhos, quando a fada madrinha chegar e transformar essa abóbora em carruagem… Não precisa ir tão longe. Você já é você. E isso é muita coisa. Porque é você quem decide para onde vai agora. É você quem decide como quer fazer isso. Sendo exatamente quem você é, tendo os defeitos e as qualidades que você tem. Você é o seu ponto de partida e a sua chegada também.
Quando você se conhece, você entende coisas que estiveram aí o tempo todo. Desenha limites, percebe quão grandes são os seus sonhos, se encontra com a sua intuição, identifica suas sombras, não aceita menos do que sabe que merece e aprende muito com a própria jornada. Não é um processo rápido, não acontece do dia para a noite, não é mágica e requer atenção, coragem e disposição para não apenas entender, mas ter a maturidade necessária para fazer ajustes. Vale a pena e te faz compreender que pouco adianta querer conquistar o mundo lá fora sem conquistar o seu mundo aí dentro.