Você sabe, eu sei


Eu não queria te olhar com outros olhos. Mas quando eu vi os seus olhos de perto, eu percebi coisas que não tinha visto todas as outras vezes. E eu lutei pra fazer de conta que era coisa da minha cabeça. Aquele tipo de ilusão que a gente se apega por falta do que fazer, sabe? E passei muito tempo ignorando uma verdade que sempre esteve presente de alguma forma.
Depois que você deixou de ser uma mera ilusão, eu demorei pra entender, pra me abrir, pra me sentir parte. Tava eu de um lado tentando lidar com um excesso de bagagem que não me fazia bem e você do outro, com a maior paciência, pra entender, acolher e não me deixar sentir menos do que você via que eu era.
Tem quase um ano e eu evito falar da gente. Você sabe. Eu sei. Ninguém tem nada com isso. 
Eu amadureci demais em vários sentidos e não dá pra dizer que foi sozinha. Eu tenho um medo danado de te jogar mais responsabilidades do que você tem. Mas nossas vidas não acontecem por acaso, sem ajuda ou sem companhia. E eu posso contar com você. E você comigo.
Ainda dá um gelinho no peito não te ter perto sempre. Mas a gente tem aquela música pra se lembrar um do outro. Tem tudo o que a gente sente, tudo o que a gente viveu e tudo o que a gente ainda vai viver… 
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

A despeitada do ensino médio e afins


Talvez eu seja desprendida demais e você seja muito agarrado ao passado. Talvez a gente lide exatamente com o tipo de pessoas que vai dar conta. Ou talvez eu esteja falando muita besteira e não saiba nem por onde começar a pensar direito. Acho bem provável, mas também queria entender as distâncias, os encontros e tudo aquilo que acontece meio porque a gente planejou, meio porque foi tudo acontecendo meio sem querer.
Eu não vejo meus amigos da época da escola faz muito tempo e não tenho exatamente vínculos na faculdade. E aí vejo grupinhos, reencontros e fico me perguntando se eu sou mesmo muito estranha ou se essa nostalgia é exagerada. Ok, talvez eu seja bem estranha mesmo. Mas encaro a vida como uma coisa que segue. E muita gente fica pelo caminho mesmo.
Vejo a galera que eu conhecia ainda mantendo as mesmas amizades e me sinto muito nômade. Tenho dois ou três amigos daquela época e olhe lá. A maioria não faz mais parte da minha vida e eu acharia bem desconfortável tentar encaixá-los mesmo que por um breve momento.
Talvez seja um pouco de despeito da minha parte. Ao mesmo tempo que fui me desprendendo de todo mundo, fui me sentindo bem dispensável e é esquisito você ver algo continuar igual enquanto você não consegue mais fazer parte, às vezes mesmo querendo.
Mas num impulso, resolvi ressuscitar aquele velho grupo em que ninguém mais falava. Não é que eu tenha esperanças de ter uma coisa que nunca tive, mas também não é que eu não tenha. Eu só preciso saber que não é culpa minha e que não sou sempre eu quem está afastando as pessoas.

[Esse texto virou uma música e você pode ouvir aqui]

• • •
Follow Me:
YouTube | Instagram | Spotify

Deixe seu comentário

O que você chama de amor?


Ela estava ali abrindo o coração, dizendo que o amava desde a adolescência. Mas que não tinha mais forças pra correr atrás e se desgastar em vão pra conseguir que aquele afeto fosse retribuído. Me pareceu uma confissão dolorosa. Daquelas que as pessoas fazem quando não suportam mais o peso do sofrimento que carregam, mas estão mais ou menos acostumadas a ele.

Escuto esse tipo de coisa e sempre fico intrigada. Por que a gente acha que o amor é desse jeito? Por que a gente acredita que se não rolar sofrimento, muita dor, rejeição e frustração a gente não está sentindo direito? E, pior, por que a gente nutre sentimentos por quem tá pouco se lixando pra gente? É um ideal que a gente monta, esperando que o outro corresponda. Mas a verdade é que se ele não gosta, é uma perda de tempo muito grande tentar fazer com que ele note como você é legal e amável. Se ele não sabe disso, então ele visivelmente não merece a sua companhia.
Não, amiga. Não é você que está perdendo a chance inenarrável de tê-lo por perto. Não tem nada de errado com você. Não é o seu cabelo, não é o seu jeito, não é o seu corpo e nem a sua forma de ver a vida. E mesmo que fosse! Não seria por causa dele que você deveria mudar, mas por sua causa. Se transformar numa pessoa que ele hipoteticamente amaria não vai te fazer bem e não é a fórmula mágica pra felicidade.
Sabe o que pode te fazer bem? Entender que nenhum outro amor vai te bastar se ele não partir de você pra você antes de mais nada. Clichê, não é mesmo? Mas aprendi a não subestimar os clichês quando, na prática, percebi que eles fazem muito sentido. Enquanto cê tá aí chorosa, o mundo continua girando. Olha esse tempo perdido com quem não liga! Como eu já disse, não tem nada de errado com você. Exceto acreditar que existe fórmula mágica pra felicidade.
A gente se decepciona, chora e desacredita, até perceber que, embora isso tenha acontecido um número considerável de vezes, isso não precisa ser um padrão. E muito menos normal! Se ele não te enxerga como uma mulher incrível, desencana porque não é ele. E não fica com medo de largar o osso, amiga. Você não precisa dele. Não chame de amor as migalhas às quais você se agarra pra se sentir menos sozinha. Não tem nada de errado em ser só, desde que você suporte a sua própria companhia.
• • •
» Follow me «

Deixe seu comentário