Autoconhecimento sem fronteiras

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Aqui você encontra textos de amor, de amizade, de experiências minhas (ou não), desabafos sobre a vida e reflexões do meu próprio processo de autodesenvolvimento.

Eu tô bem! É só a vida acontecendo

Às vezes a vida muda a nossa rota tão rápido que a gente não tem tempo pra respirar, pra pensar ou pra responder às perguntas que estão fazendo à nossa volta. E a gente fica andando de um lado pro outro tentando absorver e entender tudo, ao mesmo tempo que tenta interagir sem parecer perturbado demais.

Estou acostumada ao sossego, ao silêncio e à calma. Mas tenho fascínio pela agitação e uma dose bem suave de caos. Eu só não tenho estômago nem organização suficientes pra isso. Sempre tenho a sensação de que vou vomitar meus órgãos ou esquecer alguma coisa muito importante que vai fazer todos me olharem com desprezo.
Enquanto um furacão acontece na minha barriga e na minha cabeça, tem um monte de gente do lado de fora dessa minha perturbação esperando respostas precisas, explicações e satisfações. Eu só consigo pensar que nem eu sei o que tá rolando e não me sinto obrigada a explicar nada, mas me sinto impelida a agradecer por tudo.
E mesmo em meio aos meus agradecimentos, parece que estou esquecendo alguma coisa e eu fico com medo da vida adulta. E paro pra pensar que isso é muito esquisito e fico tentando imaginar o que achariam disso tudo. Brigo comigo mesma mentalmente porque não deveria me importar com o que achariam disso tudo.
Sabe, eu tenho caminhado um bocado e isso pode não fazer diferença pra você, mas faz pra mim. A vida voando, eu me esbarrando em paredes e pessoas, descobrindo lugares, aprendendo caminhos. As coisas vão acontecendo tão rápido, passando tão depressa e eu nem tenho jeito pra explicar. Vou olhando pra tudo atônita, encantada e morrendo de medo. Enquanto meu estômago se revira, eu tento respirar fundo e pensar que eu tô bem e que vai ficar tudo bem, só pra não passar mal de ansiedade. Olho pra janela, vejo a estrada escura e tento imaginar como vai ser daqui a uma semana.
Eu faço planos e quando percebo as coisas já estão acontecendo. Eu não me preparei, mas sonhei muito com esses momentos. Mesmo assim nada adianta. Não estou psicologicamente preparada pra vida acontecendo e fico que nem louca de um lado pro outro. Muito feliz, muito assustada e concentrada tentando manter as expectativas neutras e os pés no chão.
A vida tá me encontrando mesmo eu achando que estava me escondendo. Mas no fundo eu sei que o que eu mais queria era ser encontrada. ♡

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A despeitada do ensino médio e afins


Talvez eu seja desprendida demais e você seja muito agarrado ao passado. Talvez a gente lide exatamente com o tipo de pessoas que vai dar conta. Ou talvez eu esteja falando muita besteira e não saiba nem por onde começar a pensar direito. Acho bem provável, mas também queria entender as distâncias, os encontros e tudo aquilo que acontece meio porque a gente planejou, meio porque foi tudo acontecendo meio sem querer.
Eu não vejo meus amigos da época da escola faz muito tempo e não tenho exatamente vínculos na faculdade. E aí vejo grupinhos, reencontros e fico me perguntando se eu sou mesmo muito estranha ou se essa nostalgia é exagerada. Ok, talvez eu seja bem estranha mesmo. Mas encaro a vida como uma coisa que segue. E muita gente fica pelo caminho mesmo.
Vejo a galera que eu conhecia ainda mantendo as mesmas amizades e me sinto muito nômade. Tenho dois ou três amigos daquela época e olhe lá. A maioria não faz mais parte da minha vida e eu acharia bem desconfortável tentar encaixá-los mesmo que por um breve momento.
Talvez seja um pouco de despeito da minha parte. Ao mesmo tempo que fui me desprendendo de todo mundo, fui me sentindo bem dispensável e é esquisito você ver algo continuar igual enquanto você não consegue mais fazer parte, às vezes mesmo querendo.
Mas num impulso, resolvi ressuscitar aquele velho grupo em que ninguém mais falava. Não é que eu tenha esperanças de ter uma coisa que nunca tive, mas também não é que eu não tenha. Eu só preciso saber que não é culpa minha e que não sou sempre eu quem está afastando as pessoas.

[Esse texto virou uma música e você pode ouvir aqui]

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Não é estranho? (Tita)

No caso, ela teria esse jeito mais descontraído e serelepe (na minha cabeça, obviamente)
Dia desses fui perguntar pra minha mãe o porquê do meu primeiro nome (pra quem não sabe, me chamo Fátima Elisa – durmam com essa). Já sei que Elisa foi inspirado pela Lisa Simpson, numa insistência (muito bem vinda) do meu irmão em participar da escolha do meu nome. Mas Fátima eu já tinha esquecido, porque cada um me dizia algo a respeito. Mas então, minha mãe de pronto me respondeu: porque eu quis. Ok, e se não fosse uma criança de 9 anos, eu seria só Fátima.
Deixa eu me explicar. Acho Fátima um nome com uma responsabilidade imensa nas costas. Nome de gente mais experiente, com um tanto de linhas de expressão e uma vida totalmente diferente da minha. É estranho e só sei explicar assim. Me chamavam de Fátima lá pela quinta série e eu não ligava, juro. Mas depois que passei a realmente assumir minha personalidade, comecei a escolher como as pessoas iriam me chamar. 
É claro que meus pais ainda me chamam pelos dois nomes juntos. E não consigo imaginá-los me chamando de outra forma. E, na verdade, acho que minha relutância em ser chamada de Fátima vem justamente da dificuldade que as pessoas têm de ver meu nome composto como tal. É comum? Sei que não é. Mas nada me deixa mais incomodada que, por exemplo, numa chamada, Ana Beatriz, Maria Fernanda, Pedro Henrique e Luiz Felipe sejam chamados exatamente pelos seus devidos nomes compostos e na minha vez é Fátima. E acabou. Poxa, o Elisa vem junto no pacote! Dá pra usar ele também? 
Acho que foi um pouco por isso e um pouco querendo me desvencilhar da imagem bobinha que eu tinha na escola que mudei a forma de me apresentar. Então, enganei todo mundo que ia perguntar meu nome pra negligenciar o fato dele ser composto e passei a me apresentar só como Elisa. E aí pronto. Ficou Elisa. E, se não é numa conversa demorada ou na lista de presença da faculdade, ninguém fica sabendo que tenho um “primeiro nome”. 
E depois de pensar nisso tudo e analisar a resposta da minha mãe, fiquei tentando imaginar como seria se eu não tivesse uma segunda opção. Fátima Alecrin. Fafá Alecrin. Fatinha Alecrin. Tita Alecrin… Tita. Achei legal, achei fofo, peguei carinho. Mas não tem nada a ver com quem me tornei sendo Elisa. Se eu fosse Tita, seria outra pessoa. Como sou Elisa, não posso voltar atrás. 
Se um dia eu precisar resetar a vida, pode ter certeza que vou ser Tita. Mas eu espero nunca precisar. 

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