Eu te vi chegar de fininho, aos poucos, fazendo esforço pra não ser visto. Ri do quão engraçado foi ver você derrubar os livros e estragar seu disfarce. Você me olhou nos olhos e ergueu os ombros reprovando a sua própria falta de jeito em passar despercebido. Ainda me lembro daquele olhar e de como ele me fez sentir.
Outro dia você me ligou porque eu fui embora antes de você voltar e a gente não se despediu. E eu pensei “lá vamos nós outra vez”, revirei os olhos e achei tudo aquilo muito clichê. Já te achava legal e tudo, mas não imaginei que um dia eu pagaria pra ver. E olha que eu paguei… a língua. Te liguei no meio de uma tarde e uma chuva torrencial pra te dizer que não dava mais e que eu queria te ver. A sua risada entregou na hora tudo o que você esteve pensando durante todo esse tempo.
Dois dias depois a minha campainha tocou e era você. Meu susto, meu coração, minhas mãos trêmulas, minhas borboletas no estômago, minhas pernas bambas, minha cara de trouxa, você… no meu portão. Foi o abraço mais longo e apertado que eu dei em muito tempo. E eu prometi pra mim naquele dia que eu nunca te deixaria sair da minha vida.
Algumas vezes chove, outras faz sol. Algumas vezes eu tenho certeza, outras sou toda dúvidas. Têm dias que eu não vou a lugar algum e têm dias que eu faço as malas. Eu choro de medo e incerteza agora e depois sorrio de tantas possibilidades inexploradas. Eu tento ser daqui pra fora, mas no fundo eu sei que não iria a nenhum lugar em que não pudesse te encontrar.
Você tentou chegar sem alarme, sem barulho, sem atenção. Mas antes de estourar o silêncio, eu já tinha te visto. E por mais que eu tenha tentado negar de várias maneiras, no fundo eu sabia. Foi daquele olhar em diante que eu encontrei nas minhas próprias falhas um bom motivo pra continuar tentando.
E eu nunca desisti. ♡
• • •
AI MO DEUSO, ESSA MENINA APAIXONADA