A vida não para

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Tem que saber sorrir. Mesmo que nada faça sentido e não tenha ninguém disposto a te ouvir. Tem que saber se virar com a solidão, dançar ao som da sua música favorita e descansar os olhos no fim da tarde, esticando aquele sono de depois do almoço. Tem que haver disposição, tem que largar de preguiça, tem que sair da caverna em algum momento. Tem que pegar chuva, pisar na poça e se sujar com a lama. Tem que suar, tem que fazer valer e tem que saber se levantar.

Enquanto a água morna batia nas minhas costas, eu pensava que ninguém aparece no nosso caminho por acaso. Nem as piores pessoas, já que elas nos deixam mais espertos. E aí eu pensei que talvez tudo faça muito mais sentido do que o pouco sentido que eu encontrei. Talvez não seja nada do que eu tô pensando e sim algo muito maior e mais valioso. E, apesar de querer muito saber o que acontece a seguir, imagino que talvez as próximas cenas não me surpreendam, mas me tornem bem mais disposta e confiante.
A vida não para. Não canso de repetir pra mim mesma. Não paro de repensar essas palavras pra ver se o medo sara e se o impulso de me proteger não é meramente me acomodar. A vida não para. E eu não parei pra pensar. Pensei enquanto andava. Enquanto pegava chuva, enquanto suava tentando fazer valer a pena, enquanto ria de mim mesma, enquanto dançava com a solidão, enquanto eu limpava meus sapatos sujos de lama, enquanto eu despertava do sono da tarde, enquanto eu falava sozinha e esperava você sorrir pra mim. A vida não para…
Mesmo que você jamais sorria de volta.
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Publicado por

Elisa Alecrin

Provocando a realidade de dentro para fora e documentando o processo.

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