Fora do automático

Processed with VSCO with m5 presetOlá, fazia tempo que eu não aparecia por aqui. Estava tentando encontrar não só as palavras certas, mas também a razão certa pra continuar criando (texto, foto, música – enfim, conteúdo). Parece que eu considerava algumas coisas tão certas que passei a fazer tudo no automático. E o automático não me deixa criar e me põe em processo de repetição. Repetição de ideias, de palavras e de padrões que não são saudáveis pra mim (e são pra alguém?).

Eu dei um chega pra lá em todas as vozes na minha cabeça que repetem: o que vão pensar de você quando virem isso? Bom, eu cheguei à conclusão de que vão pensar mesmo sem ver. Ou não vão pensar, porque cada um tem o seu próprio rolê. A gente perde muito tempo tentando adivinhar o que as pessoas vão pensar e elas podem estar ocupadas demais pra sequer lembrarem que a gente existe. Também pode ocorrer de elas não estarem assim tão ocupadas. E neste caso, elas deveriam. Pronto. Também penso algo delas, então estamos quites.

Eu entendo os motivos pelos quais as coisas que eu decido sobre o que faço possam parecer banais. Mas eu não sei fazer nada sem encontrar um sentido. Se leio um livro, ouço uma música ou assisto a um filme ou série, em algum momento uma cena, uma frase, uma palavra vai me atingir de um jeito diferente e me fazer pensar um pouco mais sobre a vida. Eu penso muito sobre a vida. E percebi que tava na hora de parar de só pensar e fazer alguma coisa. Mesmo que essa coisa me assuste e não faça sentido pra muita gente.

Nos últimos dois anos eu passei a repensar todas as coisas que eu estava fazendo no automático. As ideias automáticas, as fotos automáticas, as músicas e os vídeos tutoriais automáticos e, o pior de tudo, a busca automática por sonhos que não faziam mais sentido. Passei a tentar entender em que momento tudo isso se perdeu e o que nisso tudo eu realmente gostava e o que era só o que as expectativas das pessoas sobre mim demandavam.

Foi desconfortável perceber que eu estive apegada a certas coisas por puro costume. E foi reconfortante perceber que não é necessário abrir mão de uma coisa só porque outra parece fazer mais sentido. Pelo menos não por enquanto. A gente pode (e eu acredito que deve) somar as nossas habilidades. Combinar nossas possibilidades para criar algo que faça sentido dentro do nosso mundo e no mundo de quem mais se permitir sentir isso. E foi assim que eu descobri que não estava fazendo metade do que eu poderia, gostaria e deveria estar fazendo.

Então, eu desliguei o automático e me pus a observar. Me observar. E eu quero compartilhar as coisas que eu descobrir sobre existir, tentar e viver neste mundo. Porque mais do que encontrar sentido nas coisas, eu quero dividir isso. Mesmo que às vezes nada faça sentido e não me reste outra alternativa a não ser tentar de novo. E de novo. E assim até que eu encontre o sentido. Ou que ele me encontre. ♡

Publicado por

Elisa Alecrin

Provocando a realidade de dentro para fora e documentando o processo.

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