Fantasmas


Hoje eu vi alguém que me lembrou você. E pensei que se eu te conhecesse numa situação parecida, numa festa, sem tanta cobrança, sem tanto contexto em volta, tudo poderia ter sido diferente. O meu medo seria menor, sua covardia não teria aparecido da mesma forma. E, sei lá, talvez a gente pudesse ser. Ser de verdade, ser diferente, ser inteiramente, ser e não ter medo do que iriam dizer. Sem ter medo do que viria depois.
Eu lembro de uma menina confusa, querendo ser alguém na sua vida. Uma amiga, uma parceira, uma presença. E terminou sendo uma estranha. Porque é o que acontece quando o amor não acha jeito. Ele vira desconforto, estranhamento. Duas pessoas que queriam tanto e de uma hora pra outra não são mais nada. Mas é a vida. E é comum eu topar com fantasmas por aí e imaginar o que poderia ter acontecido se a história começasse de um jeito diferente. O que não muda nada no fim das contas.
Imaginar hoje como poderia ter sido tempos atrás me tirou um peso das costas. É como se eu pudesse ver uma faceta sua que eu sempre quis acreditar como sendo real. E agora longe de todas as maneiras possíveis, penso que é uma boa memória pra guardar. Mesmo sendo falsa. É aquela parte que a gente insiste em guardar numa gaveta no cantinho do coração pra justificar dizendo que foi bom enquanto durou. Mesmo que não tenha durado e nem sido bom.

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Publicado por

Elisa Alecrin

Provocando a realidade de dentro para fora e documentando o processo.

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