Autoconhecimento. Eu tenho revirado minha cabeça em busca de entender no que me ajuda esse tal do autoconhecimento. E sei que ajuda muito. Por exemplo, quando você conhece os seus gostos, as suas reações e a sua forma de pensar, você consegue perceber quando tem alguém tentando te manipular. Você já conhece seu jeito de funcionar. Você entende quando tem alguém tentando mexer com a sua cabeça ou tentando fazer você se sentir de um jeito que não é o seu jeito.
O autoconhecimento pode proteger a gente dos outros, mas também protege a gente de si mesma em diversas situações. Quando a voz sabotadora na nossa cabeça começa a falar e inventar mil motivos pelos quais a gente não é boa o bastante, não é inteligente ou bonita o bastante. Reconhecer que a gente pode se aperfeiçoar é completamente diferente de subestimar os nossos esforços e as nossas capacidades. Quando você se conhece, conhece as suas habilidades e a sua força, você reconhece essa voz sabotadora quando ela surge.
A maior armadilha pra mim atualmente é a falsa sensação de que a realização está atrás de uma grande conquista. Aquela esperança que a gente tem de que só vai ser feliz, bem sucedida e completa quando aquela tal coisa acontecer. E quanto mais eu me conheço, quanto mais me investigo e exploro traços da minha personalidade, mais eu percebo que eu dificilmente vou me sentir plena depois se eu não conseguir encontrar a plenitude agora. E quando eu falo de plenitude, eu não estou falando de perfeição, de uma vida sem falhas ou de uma existência cem por cento feliz e livre de problemas.
Eu tenho procurado a plenitude do agora. E é um conceito tão difícil de entender e de explicar, mas que ao mesmo tempo parece tão simples que chega a dar um nó na cabeça. Sabe quando você tá num lugar muito barulhento? Se você parar e se concentrar, você consegue perceber o silêncio entre todos os ruídos. Um ruído branco na hora de dormir preenche o silêncio, mas ele ainda está ali. E, pra mim, internalizar isso é a tarefa mais importante do momento.
O mundo está acontecendo e não está tudo bem lá fora. Mas o silêncio está lá também. Aquele espaço vazio do qual as pessoas têm tanto medo que criam um mundo de caos pra não precisar lidar com ele. Eu não preciso fechar os olhos pra tudo pra lidar com esse silêncio. Mas reconhecer que, de alguma forma esquisita, já está tudo bem aqui dentro, é a melhor maneira de contribuir pra que em algum momento tudo esteja bem também do lado de fora.