Sua liberdade depende disso

Às vezes você esquece que está aqui também para fazer escolhas. Essas escolhas parecem tão simples que a simplicidade assusta. Você embarca no medo, navega nas ideias de tudo o que pode dar errado e afunda exatamente no lugar em que prometeu não ficar.

Se tivesse segurado a onda só um pouquinho, teria percebido que atravessar esse mar a nado seria uma opção menos desesperada do que tentar permanecer segura numa falsa certeza.

A escolha de agora pode parecer bobagem mas se, ainda assim, você adia, talvez esteja na hora de encará-la. Nem sempre você vai receber sinais do que fazer, mas no fundo você já tem a sua resposta.

E, na superfície, embora ceder ao medo seja a opção fácil, você sabe que já é hora de se responsabilizar pelas suas escolhas. Sua liberdade depende disso. 🖤

Agindo a partir da inspiração

No final do último ano, eu comecei a trazer a ideia de intenção para ajudar as pessoas (e a mim mesma) a pensarem fora do modo automático. Falei disso diversas vezes, usei exemplos e fiz enquetes recorrentes para auxiliar a compreensão de uma maneira intencional de viver e de agir. A intenção como principal ferramenta na hora de viver o seu dia, de ir atrás das suas coisas e de colocar no mundo as suas ideias.

Mas o que passa por mim amadurece, ganha outras formas, começa a ter vida própria e a me mostrar outras possibilidades. Foi isso o que aconteceu com a ideia de intenção, que passou por uma metamorfose e ganhou outro sentido dentro de mim e das minhas ideias ultimamente.

Aconteceu enquanto eu escrevia, como acontece com a maioria das ideias que se desenvolvem em mim. E aconteceu principalmente enquanto eu vivia. Eu fui percebendo que, na prática, você pode ter muitas intenções ou uma única intenção forte, robusta e clara. Mas a vida vai continuar acontecendo, situações vão continuar atravessando o seu caminho e pessoas vão continuar tentando, nem sempre por mal, interromper o seu fluxo.

Há muitos anos eu fiz parte de uma companhia de dança na escola. Eu gostava da ideia de praticar uma atividade física artística. Naquela época eu tinha uma aversão à prática de outros esportes (e não vou mentir que essa aversão não existe mais), e escolhi a dança como modalidade na educação física. Passei por situações diversas naquele período, mas a coisa que sempre me apavorou foi a improvisação.

Por uma série de motivos, improvisar sempre foi (e continua sendo) um medo paralisante para mim. Eu era uma criança tímida que virou uma adulta reservada e extremamente autocrítica. Então, me colocar em situações de experimentação é apavorante. O que, muitas páginas matinais depois, eu descobri que não me protege em nada de pagar grandes micos ou estar sujeita a situações que, para mim, são vexatórias.

No entanto, nos últimos tempos, eu venho buscando maneiras de fazer o trabalho interno e melhorar a qualidade do diálogo que tenho comigo mesma. E uma das ferramentas que eu mais me identifico é o ho’oponopono, que, de maneira muito resumida, é uma técnica havaiana para limpeza de memórias – que vai de encontro à forma como eu compreendo a espiritualidade, para além de qualquer religião.

Tenho experiências muito boas com a prática e escolhi fazer dessa ferramenta uma das minhas principais formas de lidar com o que venho percebendo no meu mundo (interno e externo). E é, a partir dela, que a ideia de intenção começa a se desmontar e ganhar um outro sentido para mim.

Eu comecei a perceber que muitos dos meus sonhos se realizam de maneiras inesperadas – a maioria deles, na verdade. Eu crio cenários, planejo, ajo de acordo com as minhas convicções e o resultado das coisas quase nunca depende diretamente de algo que eu mesma fiz.

Não acho que funcione assim para todo mundo. Acredito que existem pessoas que vão funcionar pelo poder da intenção, que vão colocar o foco e a força delas em ação e a partir disso elas vão realizar seus propósitos. E também acredito que existem outras pessoas que precisam compreender que não controlam tudo e que vão realizar seus propósitos utilizando o poder da inspiração – ou, em outros termos, serão guiadas pela fé.

Soa contraintuitivo hoje em dia falar de inspiração e de fé. É de uma confiança que as pessoas não estão acostumadas. Eu entendo. Foi o que eu pensei quando comecei a perceber essa ideia se formando. Mas ela não tem nada a ver com parar e esperar a vida acontecer. Não estou falando que vou cruzar os braços e esperar tudo cair no meu colo. Nunca é assim.

Também não estou falando que eu não tenho intenções. Ter intenções é ter propósito e isso é essencial para a vida. E não estou falando de propósito em um sentido mágico e transcendental, estou falando que todo mundo deve saber quem é, do que gosta e o que realmente deseja. É daí que parte a intenção. Isto não mudou.

O que mudou é que em vez de agir a partir da intenção, eu vou agir a partir da inspiração. Vou precisar aprender a ouvir a minha intuição, a abrir mão de um controle que eu nunca tive e perder o medo de improvisar com a vida e com o que quer que ela lance no meu caminho. Abandonar a ideia de que as coisas deveriam ser de um jeito quando elas obviamente são de outro. Não me deixar paralisar por planejamentos rígidos ou por ideias pouco abrangentes de como alguma coisa pode acontecer.

Agir a partir da inspiração para parar de julgar e começar a seguir ideias que parecem aleatórias, confiando que elas vão me levar para mais perto das minhas intenções, ainda que não pareça. Confiar que a minha Energia Criativa sabe exatamente quem eu sou, do que eu gosto e o que eu realmente desejo até melhor do que eu mesma e que ela não vai me colocar em furada. E confiar, principalmente, que até as situações desafiadoras existem por uma razão e que ainda que a inspiração me leve para um lugar muito diferente, ela sabe que é exatamente ali que eu vou encontrar o que preciso.

Isto não é necessariamente convidativo, eu sei. Não existem garantias. Eu estou começando a falar disso porque é uma necessidade minha e porque eu decidi que faria o meu trabalho este ano da maneira mais autoral possível. E eu estou aqui escrevendo a partir de uma ideia que parece aleatória, enquanto ela vai ganhando forma dentro de mim, na minha vida e, aparentemente, no meu trabalho. Escolhi ouvir e me deixar guiar. Prometo documentar o processo, estar atenta e fazer a minha parte.

A partir da inspiração e com AMOR. 🖤

2023 – Resoluções de ano novo

Eu comecei a pensar em metas para o meu ano novo em dezembro. E eu fiz um planejamento no Notion que me deixou muito orgulhosa e animada. É claro que, na prática, a vida acaba colocando um pouco mais de emoção na nossa noção de ordem do que a gente tinha esperado. E é justamente por isso que esta publicação está saindo apenas agora (20/01).

As primeiras aulas de espanhol que tive no ano falavam justamente de metas e quadro de visualizações. Isso só reforçou a minha ideia de falar disso por aqui. E, como vai ficar claro até o final da leitura, voltar a usar este espaço é uma das coisas que eu decidi fazer em 2023.

Eu tenho mais metas do que as que eu coloquei aqui. E elas também são mais específicas, detalhadas e pessoais. Aqui eu compartilho o que faz sentido ser compartilhado – assuntos que eventualmente vão voltar a ser citados como temas de vídeos, textos e etc. Mas nem por isso as metas apresentadas aqui são menos reais ou importantes. Vamos a elas?

FAZER O TRABALHO INTERNO

Nos últimos tempos, eu venho sentindo a necessidade de levar o trabalho interno para outro nível. Então, eu vou voltar para a terapia (depois de anos) e priorizar tudo o que faça sentido dentro deste tópico. Porque, pelo menos para mim, é essencial estar bem para conseguir ser produtiva. Não é mais uma coisa que eu quero adiar ou fazer sozinha.

Escrita diária, momentos de pausa e de lazer, aprender a fazer as coisas que são desconfortáveis, mas que são boas para mim, como sair de casa com mais frequência… É a esse tipo de coisa que me refiro quando falo de fazer o trabalho interno.

E também tem a ver com a qualidade do meu diálogo comigo mesma, com conseguir finalizar as coisas que eu começo, assumir e bancar meus projetos, minhas grandes vontades e parte da minha personalidade que eu acabo omitindo para deixar as pessoas confortáveis.

Quanto mais eu mexo nisso, mais eu vejo a quantidade de coisas que precisam ser trabalhadas. Mas é para isto que estou aqui.

ORGANIZAR E EXPANDIR FINANÇAS

No final do ano passado, eu tive um encontro com um consultor financeiro que, por acaso, é meu irmão. Ele me incentinvou a ler um livro do Gustavo Cerbasi que eu tinha há séculos e que nunca tinha lido – não foi exatamente o título que ele indicou, mas era o que eu tinha. Cheguei ao final do livro com a certeza absoluta de que eu realmente preciso de consultoria financeira.

Mas eu também preciso muito trabalhar as ideias que tenho a respeito do dinheiro. E, sim, isto tem a ver com fazer o trabalho interno. Sei que tenho muitas ideias inconvenientes relacionadas tanto ao dinheiro quanto a mim mesma em relação a ele. Então, é pela mentalidade financeira que eu quero começar a organizar e expandir as minhas finanças.

É claro que ter uma planilha também ajuda a entender de onde está vindo e para onde está indo o dinheiro que eu tenho agora já ajuda muito, mas para aumentar a qualidade e a quantidade das experiências que o dinheiro pode me proporcionar, vou precisar melhorar a qualidade dos meus pensamentos a respeito do assunto.

ME PREPARAR PARA A NOVA FASE DA MINHA VIDA

Este é meu momento “vem aí” que começou junto com meu relacionamento lá em 2018. Atualmente, eu estou noiva de um cidadão americano e nosso relacionamento funciona à distância há quase cinco anos. Estamos na fase “visto” e este período está marcado por uma completa sensação de estar empacada. E é aí que me preparar para o que vem depois disso entra.

Me preparar é o que eu posso fazer neste meio tempo. Tenho pensado muito em tudo o que eu sei e aprendi de lei da atração e hermetismo nos últimos anos e acredito que desenhar o que eu espero dessa nova fase pode ser muito significativo para mim.

Eu tinha medo de criar muitas expectativas a respeito disso, mas entendi que não precisa ter necessariamente a ver com viajar na maionese. Eu não preciso esperar a minha vida mudar para mudar junto com ela. Eu posso simplesmente começar a mudar e suavizar o processo de adaptação quando a vida não estiver mais como é agora.

VOLTAR A PUBLICAR NO BLOG

No último ano eu decidi parar de trabalhar com música e me dedicar à criação de conteúdo de autodesenvolvimento. Mas eu sinto falta do meu lado artista. E me lembrei o quanto eu gostava de escrever de criar para o blog. Lembrei também que eu tinha um blog e que ele estava parado por tempo demais.

Escrever e criar conteúdo sempre foram partes muito importantes de mim e os últimos anos me distraíram disso. Eu acabei dando muito mais atenção a outras formas de comunicação e esqueci um pouco das minhas formas de comunicação.

Eu amo este espaço, amo escrever, amo pensar filosoficamente a respeito da vida e me perder em devaneios que as pessoas nem sempre conseguem acompanhar. Mas eu gosto de transformar tudo isso em música, escritos e conteúdo. Eu me perdi um pouco de algumas dessas coisas, mas aos poucos eu vou voltando à prática.

ME DEDICAR AOS ESTUDOS DE ESPANHOL

Ano passado eu comecei a fazer aulas de espanhol, que era uma língua que eu não curtia muito e não achava que fosse aprender tão cedo. Não lembro qual foi a virada de chave, mas considerando que aprender espanhol hoje faz parte do que eu considero “a nova fase da minha vida” e que a oportunidade surgiu, eu fiquei muito feliz por ter começado.

Tem sido um grande desafio para mim, porque eu jurei que tinha facilidade para aprender idiomas, mas descobri que eu sou um ser humano normal e que preciso passar pelo processo de errar antes de aprender – contém muita ironia. Então, eu me deparei com uma parte mesquinha da minha personalidade (que eu tinha esquecido, mas já tinha conhecido enquanto estudava inglês) que faz birra e tem pavor de errar.

Quem diria que aprender um idioma fosse me proporcionar uma oportunidade enorme de me conhecer e, de quebra, superar desafios internos para além da própria língua… Mas a grande lição disso tudo é que eu realmente tenho que arregaçar as mangas e estudar, porque eu não vou aprender magicamente e, principalmente, porque eu posso estudar e porque eu quero muito aprender.

APRENDER A JOGAR (E LER) CARTAS DE TAROT

Essa vontade começou há alguns anos e foi sendo adiada desde então. Seria adiada por mais um ano se eu não estivesse mais atenta ao que a vida me diz. Comecei a perceber que, mesmo não tenho planejado estudar ou integrar o tarot na minha vida e na minha rotina para este ano, a coisa tomou forma por si só e, quando vi, o tarot se impôs quase como quem diz “vai me estudar, sim, querida”.

Vivi coisas suficientes para aprender a não ignorar algo assim. Aceitei que este ano é um ano de compreender como posso usar essa ferramenta para o autoconhecimento. E, ironicamente ou não, é justamente o mesmo ano em que eu decidi levar o trabalho interno (sim, vou falar disso até enjoar) para um outro nível. Estou animada com isto!

Quero finalizar esta publicação com um trecho roubado do meu próprio diário que fala muito do que venho sentindo e pensando ultimamente. Há coisas que eu gostaria de sempre me lembrar, especialmente quando os dias não são os melhores. Vou deixar esse pensamento registrado aqui, porque é isso o que eu mais quero manter em mente ao decorrer deste ano:

“Este ano eu quero conseguir fazer dos momentos de crise momentos de inspiração, criação e arte. Mas não quero depender desses momentos ou de estar em crise para me sentir inspirada, criativa e artista. Eu não quero me sentir paralisada pelas coisas. Se elas não saírem do caminho, então elas serão o caminho ou o caminho vai se abrir através delas.”

17/01/23

Feliz ano novo!
Com AMOR 🖤