Autoconhecimento sem fronteiras

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Aqui você encontra textos de amor, de amizade, de experiências minhas (ou não), desabafos sobre a vida e reflexões do meu próprio processo de autodesenvolvimento.

Para sempre

Eu nunca soube exatamente o que dizer sobre você. E meus sentimentos sempre foram bem confusos. Porque quando eu não tinha como pensar sozinha, as coisas eram mais fáceis. Mas depois tudo foi ficando de um jeito que eu não conseguia entender e eu aprendi a respeitar limites invisíveis que hoje acredito que nem deveriam existir no nosso contexto. Mas eles existem. Existem e são quase palpáveis de tão presentes que são.

Eu sempre considerei a ideia de escrever, porque é como a gente se entende, mesmo quando fala em frequências diferentes. É mais fácil, menos doloroso, mas não deixa de nos atingir em cheio mesmo assim. E todas as palavras não ditas ficam reverberando dentro da gente, com milhares de planos de fundo e coisas das quais a gente precisava se livrar antes de verbalizar qualquer uma dessas palavras.

Eu sempre, sempre tento enxergar mais do que os meus olhos me mostram, mais do que meu cérebro teimoso quer rastrear e mais do que meu coração iludido por uma promessa frustrada consegue perceber. Sempre acabo brava, sentindo um pesar por histórias que nem são minhas e assumindo responsabilidades por coisas que não posso mudar. Isso ou eu desisto de tudo pela enésima vez.

Às vezes eu acho que vai ser isso mesmo e que eu vou ter que tentar construir uma história longe de, em cima de ou apesar de… Às vezes eu consigo entender que as coisas são menos preto no branco do que eu enxergo e que, mesmo que todos os fatos decisivos sejam extremamente complicados e, muitas vezes, desnecessários, há coisas que me fazem acreditar e aceitar que nada vai mudar. E que não mudar pode não ser um problema, desde que eu não olhe pra isso como tal.

E sempre volto às minhas próprias reflexões de que dá pra tirar aprendizados mesmo de situações que eu não entendo totalmente agora. Às vezes não se trata de entender logo de cara, mas perceber que efeitos isso tem na gente, como nos faz reagir e em que pessoa isso nos transforma. Para sempre, nunca ou às vezes…

Um ano de “Nossa História” na minha história

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Foto perfeita da Michelle Felippelli

Hoje faz exatamente um ano em que eu e a Bia Pedroso (minha melhor amiga desde o ensino médio e fã enlouquecida de Sandy & Junior igual a mim) vivemos uma aventura pra assistir ao show da turnê Nossa História no Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca. Quando os primeiros rumores dessa turnê surgiram a gente nunca poderia ter imaginado todas as situações loucas que viriam a seguir.

A primeira coisa que todo mundo viveu junto foi o perrengue das filas online intermináveis e dos ingressos esgotados em pouquíssimo tempo. A gente passava um dia inteiro aguardando no site e quando liberava a venda, nosso número era o 121.110 e quando chegava a nossa vez, já estava tudo esgotado.

Até a última semana de julho eu nutria esperanças de que algum show em um local imenso no Rio surgisse porque o desespero foi tanto que acabamos comprando ingressos pro show do Allianz Parque, em São Paulo. A gente ia inventar um jeito de fazer essa viagem acontecer, mas não ia ficar de fora dessa turnê!

Os shows no Jeunesse Arena aconteceriam sexta e sábado (dias 02 e 03 de agosto). Na quarta-feira daquela semana, a Bia me mandou mensagem dizendo que tinha conseguido acessar dois (eu repito DOIS) ingressos pra pista premium na data extra (dia 02). Eu não fazia A MENOR ideia de como eu ia conseguir pagar aquele ingresso, mas eu falei “compra, amiga”.

Começou a correria pra gente se encontrar e resolver tudo o que precisava pra viver o momento. Combinei com a minha cunhada de dormir lá (ela e meu irmão moram próximo à casa de show) e por alguma razão eu ignorei a necessidade de itens básicos de higiene que a gente ia precisar aquele dia.

Pra resumir, não tinha ninguém em casa, o porteiro era novo e não ia aceitar ficar com a nossa mochila e minha ideia desesperada foi mandar uma mensagem pra madrinha do meu sobrinho e pedir pra ela ficar com a mochila e entregar na casa deles depois (que era caminho pra casa dela). Graças a Deus, ela aceitou (obrigada, Vivi – e Filipe) e lá fomos eu, Bia e a mochila.

Passamos direto do ponto que deveríamos descer e o ponto seguinte era muito longe, deserto e escuro. O motorista cismou que a gente podia descer lá e voltar não sei quantos metros a pé, que não tinha problema. Eu não acreditei. A Bia também não. Descemos em um ponto desconhecido do BRT, em frente a um hotel, pedimos um carro pra voltar e aí sim conseguimos chegar onde a gente ia deixar a mochila, que era a poucos metros do Jeunesse Arena.

Entramos e erramos a pista. Fomos pra pista comum e a nossa era a premium. Saímos correndo (de animação) pra pista certa e a moça que trabalhava lá até brincou com a gente falando pra ter calma. Choramos quando nos demos conta de que a gente tava MUITO perto do palco e entendemos que os ingressos valeriam cada suor e centavo.

E o resto é história. O show foi incrível. Ponto alto: Junior. Eu achei que tinha uma treta rolando na nossa frente e a mulher me olhou como se eu fosse louca, porque fiquei cutucando a Bia pra ter cuidado e jurava que ia sobrar soco pra alguém. Mas aparentemente era só uma zoeira entre as meninas. Duas horas e tanto de show passaram voando e no final a gente chorou demais de felicidade, de realização, de tudo o de bom que couber na mente.

Quando a gente saiu, estava chovendo. A galera tava cantando “Cai a chuva” no caminho pra fora do Jeunesse e foi legal. Até deixar de ser legal e a gente ficar presa numa garagem tentando chamar um carro pra ir embora e nenhum motorista aceitar a corrida. A corrida era curta, o espaço estava lotado de gente e juro que entendo que não valia a pena pros motoristas. Mas éramos duas mulheres tentando voltar pra casa à noite, no Rio de Janeiro.

Daí eu pensei “acho que dá pra ir andando”. Aproveitamos que um grupo de quatro mulheres estavam indo na mesma direção que a gente e fomos juntas. Até que elas entraram num condomínio na metade do nosso caminho e precisamos seguir sozinhas. Quando a gente virou a rua onde meu irmão morava, tudo escuro, deserto, chovendo. O que a gente pensou: vamos correr.

Chegamos até a porta do condomínio, esbaforidas e ensopadas e meu irmão não atendia. Ai, gente! Enfim… Depois de dar tudo errado, deu tudo certo, a gente subiu, dormiu e no dia seguinte meu irmão deixou a gente na porta do Barra Shopping porque a gente queria ver a exposição Sandy & Junior Experience. Entre o fim do show e a correria meu celular (que já tava todo capenga e defeituoso) morreu por causa da chuva e só ressuscitou muito tempo depois, com a ajuda de um secador. Olha, cada coisa…

A ficha daquele dia só tá caindo agora, um ano mais tarde. E, apesar dos perrengues, eu faria tudo de novo, com todas as pamonhadas. São essas coisas que fazem da história uma coisa tão nossa. E “Nossa História” me deixou com várias histórias pra contar. Eu amo cada uma delas. ♡

Não acredite neles

Sabe quando a gente nota em alguma pessoa um certo apego a pensamentos e atitudes que travam completamente a vida dela? E não há nada que a gente possa dizer pra tirar a pessoa daquilo porque ela não quer sair. Na verdade ela tem até orgulho de ser daquele jeito.

Eu imagino que a gente é essa pessoa várias vezes na vida e em níveis diferentes a cada fase. E daí quando a gente passa das fases e enxerga em outras pessoas manias parecidas, tão ou mais nocivas do que as que a gente tinha, a gente quer poder fazer alguma coisa. Mas não pode.

Tem gente que é teimosa mesmo e vai morrer jurando que tá certa, na merda, só pra não admitir que erra e que precisa evoluir. Tem gente pobre de espírito que acredita cegamente que não tem nada de errado em fazer carinho em pensamentos e atitudes que só levam pro buraco. Tem gente que é escrota mesmo e só curte ser a pior companhia.

Independente do caso, a gente não pode fazer nada. De alguns a gente pode se afastar, de outros não. São amigos queridos, parentes, pessoas de quem a gente gosta e que precisam de nós de uma forma ou de outra. Mas não dá pra ser babá emocional ou espiritual de ninguém.

O que dá é a gente não ser o mesmo tipo de pessoa. A pessoa que teima, que acredita que tudo bem caminhar pro buraco ou que ser a pior companhia por diversão é válido. O que não pode é a gente se negar a amadurecer nossa forma de ver a vida porque as pessoas à nossa volta acham que tudo bem se ferrar sempre, não ter perspectiva e acreditar que coisas boas só acontecem com os outros, mas nunca com a gente.

Não acredite neles. Mesmo que eles acreditem muito em si mesmos.

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