Se eu te perguntasse agora “o que você está fazendo da sua vida”, você saberia responder sem hesitar?
É uma pergunta que, quando alguém faz, a preocupação raramente é com a sua felicidade, mas com sua prontidão a cumprir o protocolo, deixar as pessoas à sua volta orgulhosas (ainda que às custas da sua sanidade) e atingir metas que alguém decidiu que deveriam ser suas também.
É normal que essas expectativas alheias somadas à correria do dia a dia, ao excesso de informações que recebemos constantemente sem filtrar e à falta de zelo pelos seus próprios processos internos façam você sentir que está em falta com a vida, com o mundo e com você mesma.
Mas eu vim aqui hoje para te dizer que por mais que você se sinta perdida, você não está. Muito provavelmente você só está desatenta e este texto é para te ajudar a sair do piloto automático e colher as informações que você já tem, mas não está sabendo procurar.
Comece silenciando vozes externas
Há sinais por todos os lados. A vida está sempre se comunicando com você. Mas dificilmente você vai prestar atenção ou acreditar que não é só coisa da sua cabeça se passar o tempo todo buscando validação externa.
Seus amigos e sua família não precisam concordar com as suas opiniões, não precisam aprovar suas ideias e nem entender a sua forma de pensar. Você não precisa que sua psicóloga ou que sua mentora confirmem que as suas percepções fazem sentido, porque no fundo você já sabe.
Ficamos acostumadas a ver reviravoltas emblemáticas nos filmes e perdemos a noção de que a vida, na maioria dos dias, acontece aos poucos. A abóbora não vai se transformar magicamente em carruagem. Mas ela pode se transformar aos poucos e provavelmente você é quem vai ter que colocar a mão na massa.
Então, pare de esperar uma resposta, uma autorização ou um processo mágico e instantâneo vindos de fora, de outras pessoas ou fontes. Você é adulta e pode dar conta das próprias decisões e intuições.
As respostas que você mais precisa estão dentro de você
Mesmo quando alguém te diz algo que você precisava ouvir, isso mexe em algo que já estava presente em você. E você só desejava que alguém validasse a sua intuição. Mas sua intuição já está aí fazendo cócegas em você (aprenda a ouvi-la e validá-la por conta própria).
Sua intuição é mais forte do que o barulho do mundo e é exatamente o que você precisa aprender a ouvir e a se conectar. Não duvide do que você já sabe, já sente e já tem dentro de você – na pior das hipóteses, você vai aprender algo que fará sentido em algum ponto da sua caminhada.
Você pode ter medo de caminhar com as próprias pernas, apostar nas próprias ideias ou não contar com o apoio das pessoas (quando ele não for possível), e eu não posso te pedir para não sentir medo, mas não permita que ele te impeça de assumir os riscos.
O quanto te dói se sentir perdida, empacada e sufocada?
Faça perguntas a si mesma, perguntas cabeludas que você nem sabe por onde começar um raciocínio para responder. Investigue, procure as respostas nas suas histórias, nas suas vitórias, nas suas perdas, no seu passado, nos desafios do seu presente e nos desejos para o futuro.
Contraponha sentimentos ruins com objetivos opostos a eles, que sejam vivos e empolgantes. Vá em direção ao que faz seu coração vibrar de emoção. Até o que não é tão bom assim nos ajuda a identificar o que é e o que gostaríamos de viver em seu lugar.
Se sentir perdida, empacada e sufocada pelas expectativas alheias e pelas suas próprias incomoda, mas varrer para debaixo do tapete só vai te dar mais um lugar para olhar e limpar mais tarde. Aproveite o ensejo para tirar todo o lixo e colocar a casa em ordem.
Você merece saber aonde está indo – e que seja um lugar escolhido com o coração.