autoconhecimento sem fronteiras

Categoria: Crônicas Page 12 of 21

Textos literários, contos curtos e reflexões sobre amor, vida e amizade.

Da vez que você me pediu pra ser diferente


Você achava que eu não podia pensar. Todos os meus filmes e livros e as coisas que eu sonhava me faziam pouco inteligente pra você. Demorou mas eu percebi que não importava de verdade o que você achava. Importava e importa quem eu sou e as certezas que tenho sobre isso. É a minha forma de lidar com a vida e comigo mesma que vai me fazer seguir em frente e conquistar aquilo que eu quero. Mesmo que isso seja bobo ou fútil, como você me disse mais de uma vez.
Sigo sem precisar da sua aprovação. Eu não a obteria sendo eu mesma e eu não queria ser outra só pra você gostar. No começo pode ser estranho, como aprender a andar e a não se apoiar mais nas paredes. Mas com o tempo a gente vê que não existe forma melhor. Que amor te aprisiona em verdades que não são as suas? Que amor louco é esse que faz você se esconder e se sentir inferior por suas particularidades, não é mesmo?
Ainda assim, eu tenho certeza que você me ensinou coisas muito valiosas. Por exemplo, como fechar a porta pra pessoas que nunca quiseram fazer parte. Como parar de ligar pras besteiras que as pessoas dizem só pra ver se você cede à pressão e se transforma no que elas precisam. Foi triste perceber que eu precisava ser diferente do que eu era pra te ter por perto. Mas foi triste porque eu percebi que era você quem se enganava achando que eu ia me vestir de menos só pra você se sentir mais.

• • •
Follow Me:
YouTube | Instagram | Spotify

Deixe seu comentário

Breves presenças de quem nunca foi embora


Meu coração aquece de ternura. E logo eu lembro de voltar à realidade, de piscar mais duas vezes e de parar de suspirar. Parece uma simples história que acaba com o verão, mesmo eu querendo que durasse até o final do inverno. Além do meu coração, meus pés também poderiam ser aquecidos. Mas afasto esse pensamento de mim e me afasto de você de uma maneira que você nem percebe. Talvez porque faça a mesma coisa e se defenda da mesma maneira burra, assustada e desajeitada que eu.
Eu prestei atenção na nossa última conversa. Tinha tanta coisa que a gente dizia por ansiedade e tantas outras que a gente não dizia por medo. Eu não sei se fico feliz ou triste por te encontrar nessa altura da vida em que tudo mudou tanto e parece que a gente tá finalmente pronto pra alguma coisa. Mas parecer não muda em nada os fantasmas, as sombras e as reticências quase infinitas de inseguranças guardadas numa caixa dentro do guarda-roupas. Há músicas, histórias e mensagens de amor querendo ser escritas, mas tudo isso demanda tempo.
E agora, olhando pro teto, eu lembro da saudade, lembro do cheiro e do sorriso. Tudo isso me traz uma saudade imensa de coisas que eu acho que nunca vivi de verdade. E ao mesmo tempo me traz um medo que me faz querer não me aproximar de você outra vez. É claro que isso não dura nem dez minutos e eu começo a repassar toda a história, com detalhes borrados e apagados pela minha memória fraca. Se fosse possível, eu diria que te quero aqui pelos próximos mil anos. Como não é, fico feliz se você puder (e quiser) ficar por, pelo menos, mais dois meses.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Conselho de amiga


Quanto tempo a gente leva pra perceber quem se tornou? Assim, numa conversa informal com as amigas, em que contamos nossas histórias, mostramos nossas marcas, compartilhamos dores e risadas… A gente se vê naquelas histórias que não incomodam mais, mas fizeram parte da gente em algum momento.
 
Aquilo que a gente ainda sente, sai sempre entre gaguejos e palavras indefinidas que não conseguem explicar o ocorrido. E, quem é de verdade, sempre percebe o que você tá tentando dizer. Quem não é de verdade sempre dá um jeito de te ferrar com as verdades que você diz sem querer. Fazer o quê? A gente se engana às vezes com as pessoas, mas tudo bem. Isso também acaba ajudando a ser quem somos.
 
Um monte de gente me disse que o que eu sentia não era normal e que eu precisava dar um jeito naquilo. Uma pessoa me disse que era natural e fez tão pouco caso de tudo que me fez pensar por que eu estava supervalorizando uma coisa daquelas. Quem tem razão? Sei lá. Mas tudo pareceu tão insignificante de repente que eu tive vontade de rir. E ri demais de histórias que não são minhas, mas que me ajudam a escrever a minha.
 
E me diziam “anota essa dica”, “aprende uma coisa”… Eu ouvi tudo, mas não anotei na hora e, por isso, tive que aprender algumas coisas na cara dura. Com quedas, com erros, com joelhos ralados. Mas foram coisas que aprendi pra chegar no meio da conversa e dizer pra novata “anota essa dica”, “aprende uma coisa”… E, se ela for esperta, vai aprender com os erros, com as dores e também as conquistas que não são dela (ainda).
 
O melhor dessa loucura toda é saber que não estamos sós. É perceber que todo mundo chora, todo mundo sofre, todo mundo já foi (ou é) meio idiota e que todo mundo errou alguma vez pra nunca mais. E que, mesmo que algumas experiências se pareçam muito, a forma como cada pessoa lida com elas resulta em características bem diferentes de uma pessoa pra outra. E que, no meio de uma conversa informal entre amigas, esse é o charme.
 
Cada uma com sua experiência e com sua contribuição. Cada uma com seu jeito que ajuda (ou prejudica) o processo de formação do jeito da outra. E assim por diante. Porque sempre podemos descobrir uma coisa nova sobre nós. E sempre podemos mudar também. Basta querer.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Page 12 of 21

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén