Você tem medo de inveja?

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Foi conversando com uma amiga que chegamos à conclusão de que não falar sobre os nossos planos para outras pessoas, pelo menos para nós, tem muito mais a ver com não gastar a energia destinada a eles do que com inveja. Eu não sou muito adepta de dar margem à inveja. E não é que eu não acredite que isso aconteça. Só não acho certo a gente dar muita atenção para esse tipo de coisa.

As pessoas que invejam são as mesmas que dão pouco crédito ao seu sucesso porque acham que fariam escolhas melhores no seu lugar. E a gente sabe que se isso fosse verdade, elas estariam colocando energia em construir algo em vez de cobiçar vidas que elas não trabalharam para ter. Sendo assim, eu tenho mais com o que ocupar meu tempo do que dando trela para esse tipo de coisa. Faço o meu, me conecto com a minha espiritualidade e os invejosos que lutem.

Mas como eu ia dizendo, não contar as coisas que eu pretendo, planejo e começo a fazer tem muito mais a ver com a minha credibilidade comigo mesma do que com inveja. Percebo que sempre que eu falo sobre os meus planos cedo demais (para as pessoas mais próximas e confiáveis), eu desperdiço toda a minha energia falando desses planos e não sobra nada para fazer acontecer. É quase como se depois de falar, a coisa toda perdesse a magia. E eu acabo deixando para lá.

Acho que é tudo parte de uma autossabotagem das grandes. Então, eu mantenho as grandes ideias para mim e vou deixando as pessoas perceberem o que está acontecendo aos poucos quando me veem colocando em prática. Porque falar muito sobre as minhas ideias faz com que elas se percam e eu preciso que elas estejam aqui comigo. Por mais lindo que seja a gente ter pessoas que nos amam sonhando com a gente, eu me sinto muito frustrada quando não consigo cumprir minha palavra.

Então, em vez de falar como é incrível o meu plano para conquistar o mundo, eu só mantenho isso em mente e vou aos poucos executando esse plano. É muito melhor a surpresa de ter conquistado do que a expectativa frustrada de algo que foi muito falado e acabou arquivado.

Por que se conhecer é tão importante?

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Lembra quando você era criança e te perguntavam o que você gostaria de ser quando crescesse e você respondia com uma profissão? Pois bem, você não é uma profissão. E pode ser que no meio do caminho você tenha descoberto que gosta de fazer outra coisa, esquecido completamente aquela ideia (porque afinal de contas você era só uma criança) ou você pode não ter conseguido. E aí, se você não conseguiu, você diria que não é nada? Porque se ser estava intrinsecamente ligado à uma profissão e você não está nessa profissão, então você não é?

Você é moldada pelas experiências que tem, pelas pessoas com quem convive, pelas coisas que gosta de fazer… Mas você já é um monte de coisas. Você já é você. Com qualidades, defeitos, com sonhos e com uma história cheia de aventuras e perrengues que é só sua. E é só quando você para e observa é que se dá conta dessas coisas que compõem quem você é. E também por meio dessa observação você consegue identificar as coisas que contribuem para o seu crescimento ou te atrapalham.

Saber quem você é sempre vai ganhar de deixar que as pessoas te definam por você. É claro que quem convive com você pode contribuir com dicas e pistas sobre a sua personalidade. Mas só você sabe como se sente, o que pensa e o que realmente deseja. O mundo fora da gente distrai. É muito fácil comprar a verdade de outras pessoas desejando ser quem não somos, baseadas em coisas que não temos, para agradar pessoas que não se importam de verdade. Mas as respostas que a gente precisa estão do lado de dentro.

Desde cedo você aprendeu a se guiar pelo por vir. Quando você crescer, quando você conhecer alguém, quando você tiver filhos, quando a fada madrinha chegar e transformar essa abóbora em carruagem… Não precisa ir tão longe. Você já é você. E isso é muita coisa. Porque é você quem decide para onde vai agora. É você quem decide como quer fazer isso. Sendo exatamente quem você é, tendo os defeitos e as qualidades que você tem. Você é o seu ponto de partida e a sua chegada também.

Quando você se conhece, você entende coisas que estiveram aí o tempo todo. Desenha limites, percebe quão grandes são os seus sonhos, se encontra com a sua intuição, identifica suas sombras, não aceita menos do que sabe que merece e aprende muito com a própria jornada. Não é um processo rápido, não acontece do dia para a noite, não é mágica e requer atenção, coragem e disposição para não apenas entender, mas ter a maturidade necessária para fazer ajustes. Vale a pena e te faz compreender que pouco adianta querer conquistar o mundo lá fora sem conquistar o seu mundo aí dentro.