ELISA ALECRIN

autoconhecimento sem fronteiras

Escolha o Seu Desafio

Eu fiz um vídeo para o meu canal recentemente falando do processo de autoconhecimento e de como diversas vezes as pessoas se deparam com esse caminho catando cavaco, mesmo que diversas oportunidades de se entregar voluntariamente a esse caminho tenham aparecido anteriormente.

🎥 Explorando o Caminho do AUTOCONHECIMENTO: Voluntariamente ou Catando Cavaco?

O caminho do autoconhecimento, como vários outros, não é só paisagens e estrada asfaltada. Inclui perrengue e incômodo e não tem como fugir disso.

Desde que você entrou neste lado da vida, sua experiência está permeada pelo bom, pelo ruim e por tudo que transita entre essas duas coisas (porque a vida é mais complexa do que o 8 e 80 que a gente se acostumou a ver nos últimos anos).

Uma escolha consciente

Dificilmente as pessoas conseguem fazer a escolha consciente de começar a se conhecerem voluntariamente. É normal desviar para esse caminho no meio de um tropeço ou outro em que a gente quase beijou o chão.

Na grande maioria das vezes as pessoas vão fazer o que elas precisam quando não restar nenhuma outra opção. Quando o ato de adiar uma decisão importante aconteceu tantas vezes que a vida perdeu a paciência e colocou diante delas o desafio que elas tanto evitaram.

Quando isso acontece, não tem como fugir da situação, mas o ser humano é criativo e sempre consegue inventar mecanismos para fugir do que dói, do que incomoda e do que é preciso encarar para que mais na frente não seja necessário refazer o teste para ter certeza de que a lição foi aprendida.

Livre arbítrio?

O título deste texto pode dar a entender que arbítrio é uma coisa livre.

Eu, particularmente, não acredito inteiramente nesse conceito porque existem muitas coisas que guiam as nossas decisões e sobre as quais é impossível estarmos totalmente conscientes.

Eu acredito que há sim um arbítrio, mas acredito que ele é limitado ao que você aprendeu ou foi exposta nesta e em outras vidas.

Você dificilmente será capaz de escolher algo que não sabe que existe, que não furou a bolha da sua experiência de vida.

Escolha o seu desafio

Levando isso em conta, quando eu digo “escolha o seu desafio”, eu quero que você pense em todas as coisas que você escolheu (porque pôde) para a sua vida e considere tudo o que vem junto disso.

Toda a glória e toda a desonra, tudo de positivo e negativo, tudo de maravilhoso e horroroso (e todas as coisas que transitam entre os polos).

Pense nos desafios possíveis dos quais você escapou e que pertenciam a caminhos dos quais você desviou corajosamente.

Não é possível viver o raiar do dia sem enfrentar a escuridão da noite. Mas já que você precisa lidar com as intempéries da vida e do desenrolar das coisas, que seja fazendo alguma coisa que você escolheu.

O desafio sempre vai estar presente, mas é muito melhor vencer um desafio que te leve para um lugar desejado do que lutar por uma causa que não te diz nada.

Escolher o seu desafio é escolher pelo que vale a pena viver os seus dias de luta.


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O que você realmente deseja?

Você já parou para se perguntar o que você realmente deseja?

Eu gostava muito quando o Lucifer (da série da Netflix) perguntava para os suspeitos de crimes o que eles realmente desejavam e as respostas eram sempre aleatórias e embaraçosas. Isso porque, por causa do poder que ele tinha, as pessoas se despiam por um breve momento de seus julgamentos e falavam a verdade nua e crua, por mais bizarra que fosse.

Eu gosto de pensar que a nossa experiência na Terra tem a ver com descobrirmos nossos desejos, a nossa capacidade de realizar esses desejos e, através da realização desses desejos, criarmos uma onda de inspiração, de contribuição e de evolução que permite que não apenas nós, mas todas as pessoas avancem e passem para a próxima fase do que é existir.

Infelizmente, vejo que estamos presas em uma indefinição. Porque as pessoas não conhecem os próprios desejos, não os assumem ou se sufocam dando muito mais atenção e força aos seus anseios, medos e desafetos do que àquilo que elas realmente desejam.

As pessoas que não conhecem os próprios desejos (as que vivem no automático, geralmente) são as que absorveram o que as pessoas à sua volta ou a sociedade disseram que ela poderia ou deveria desejar. Desejos herdados, construídos por outras pessoas e sistemas, que elas nunca questionaram nem para entender se são realmente “desejos” ou apenas uma lista de tarefas que assumiram por acharem que deviam algo a alguém.

Desejar é ter ambições. E tanto desejo quanto ambição são palavras que expressam intensidade. Mas nenhuma delas precisa indicar descontrole. Assim como nenhuma precisa ser riscada do vocabulário feminino, porque podemos desejar, ser ambiciosas e não há absolutamente nada de errado nisso. Desejar é ter gana de viver. Um motivo para se comprometer com a vida que não passe necessariamente pelas demandas de outras pessoas.

Descobrir seus desejos exige uma viagem para dentro de si. Assim como destravar os caminhos para a realização desses desejos também exige essa viagem para entender quais são as limitações e julgamentos que você pode ter acerca deles.

Eu acho que vale mais a pena você descobrir e curar o que te impede de assumir os seus desejos do que justificar a existência deles. Seus desejos não precisam ser justificados, eles precisam apenas ser sinceros. Você deseja porque está viva, porque é saudável, porque tudo em você pulsa, vibra e clama por mais vida e realização.

Desejar é um ciclo interminável. Enquanto você existir, você vai desejar. Então, acolha, respeite e se comprometa a ir em busca dos seus desejos. Talvez nem todos se cumpram, mas você vai preferir viver em função deles do que fazendo de conta que eles não existem. 🖤

As coisas vão te afetar de todo o jeito

Era uma tarde quente de verão e eu sei o quanto este começo soa básico, mas realmente era uma tarde quente de verão. A casa estava iluminada pela luz natural que entrava pelas janelas e o vento (artificial) balançava as cortinas enquanto o som da TV, em algum programa aleatório, criava uma trilha sonora destoante do que eu estava sentindo.

Eu nunca realmente tentei colocar em palavras porque achei bonito demais e quis guardar em algum lugar dentro de mim — e só para mim. Mas me peguei lembrando daquele dia e do que eu senti e decidi que já era hora de deixar de silenciar a minha voz numa tentativa inútil de me proteger de viver.

O que eu senti naquele dia foi justamente o oposto de me proteger de viver. Aquilo foi entender que não tem como escapar da vida estando aqui. Ela vai acontecer de qualquer maneira. As coisas vão te afetar de todo o jeito. E a você cabe apenas a decisão de tentar, em vão, se proteger de tudo ou ir em busca de coisas pelas quais você pode se machucar, mas que valerão a pena.

Então, naquela tarde quente de verão, em que a casa estava iluminada e as cortinas dançavam ao som da vinheta de um programa aleatório de fofoca (provavelmente não era isso, mas quem se importa?), você trocava a letra de uma música superconhecida para fazer piada de alguma mania minha que você tinha acabado de aprender, enquanto eu via tudo quase em câmera lenta.

Respirei fundo tentando dar conta da compreensão que tinha acabado de me atingir. Em cheio. Senti saudades daquele exato momento enquanto ele ainda acontecia. Olhei para nós como quem percebe de fora e quis, de alguma maneira, eternizar o momento — fotografar, tatuar, escrever uma música. Mas só consegui olhar para tudo com o máximo de atenção que eu pudesse porque não queria me distrair.

Pensei em tudo o que ainda está por vir e percebi que a gente nunca mais seria as mesmas duas pessoas daquela tarde. Pensei na vida que muda, na efemeridade das coisas, na ilusão de que a gente tem todo o tempo do mundo e fiquei triste por um pequeno segundo pensando que eu queria poder segurar aquele momento, impedir o tempo de passar e viver ali para sempre.

Quase imediatamente a minha tristeza foi interrompida pela leveza da sua presença sempre tão iluminada e alegre. E fui, mais uma vez, inundada por diversas impressões ao mesmo tempo. Sim, aquele momento não duraria para sempre. Nós mudaríamos, a vida mudaria, o tempo passaria e nada nunca mais seria daquela forma outra vez. Mas te ver cantarolando um refrão famoso e parodiado me fez abraçar a brevidade do momento e me emocionar com a possibilidade de viver tudo o que fica, vai e volta com você.

O medo de nunca mais sermos o que somos, naquele momento, se transformou em entusiasmo, em ânimo para conhecer todas as nossas futuras fases e versões. Eu senti uma gratidão profunda por poder sentir tantas coisas bonitas e assustadoras ao mesmo tempo. Eu compreendi que, o que quer que viesse de normal, entorpecido ou doloroso depois daquela tarde, valeria a pena.

Ter o meu coração partido pela vida depois daquele dia, para mim, significaria ter vivido o suficiente para chamar um mínimo pedaço da brevidade desta minha existência de “felizes para sempre”. E isto segue em mim desde então. 🖤

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