Um balanço de 2018

Photo by Toa Heftiba on Unsplash

Apesar de desde o ano passado tentar adotar o hábito de anotar pelo menos três coisas pelas quais eu fui grata em cada dia, confesso que este ano me custou um pouco mais de esforço lembrar de todas as pequenas e grandes coisas pra fazer uma pseudo retrospectiva.
Dois mil e dezoito me trouxe, sem dúvidas, várias experiências novas, oportunidades, ensinamentos. Mas a maior parte do movimento ficou do lado de dentro. E apesar de ter percebido recentemente que eu sempre falo que as coisas andaram uma bagunça, são poucas (pra não dizer nenhuma) as vezes em que tento explicar. Na verdade, por mais exposta que eu me sinta na internet, não gosto de me expor tanto assim. Então, me dou totalmente ao luxo de fazer silêncio ou explicar superficialmente algo que seja só meu.
Mas a vida é isso e é assim pra quase todo mundo. Um monte de coisas cotidianas que sugam a energia da gente, algumas paranoias requentadas que precisam ser tratadas antes de nos enlouquecerem e excelentes lições que são aprendidas. No final das contas a gente acaba conseguindo enxergar mais do que enxergava antes e, vocês sabem, quando certas coisas são vistas, não dá pra desver.
Tudo muito bem, mas muito abstrato até agora, né? Então tá bem!
O ano começou em um ukeday em Taubaté, passou por um bloco de carnaval que só tocava The Beatles (Sgto. Pimenta). Borrão, borrão… Umas paranoias muito loucas que me levaram a fazer mudanças incríveis na minha rotina (tipo acordar mais cedo – MUITO mais cedo). Parceria com o LAMEGO, Aquece Rock (minha primeira participação em algum evento de Maricá – obrigada Feed My Soul), Nando do VOZEUKE tocando no meu show de autorais e participação do Vinícius Vivas (obrigada 3 Pés Produções e Bruno Versat – eu sou meio estranha, mas juro que sou gente boa)…
Meu Deus, quase esqueço que meu primeiro EP foi lançado este ano, com muito custo, uns perrengues, bastidores um tanto quanto confusos e ajuda de gente incrível como a galera do Grave Sua Música, o Ludwig Calixto e o Vinícius Vivas (que gravou ukulele, ubass e glockenspiel de “Ficou Pelo Caminho”). Ainda tenho muito conteúdo desse EP pra desenrolar (aguardem). Também foi este ano que meu canal chegou a 10 mil inscritos finalmente e depois de quase 4 anos me rendeu uma graninha (e estamos quase lá outra vez, em menos de um ano – GRAÇAS A DEUS).
Na minha vida pessoal coisas terminaram, coisas começaram, muitos novos sonhos surgiram e estão surgindo. Percebi que sou muito mais determinada do que já achava que era, que amadureci muito as minhas opiniões, decisões e a minha maneira de lidar com as expectativas das outras pessoas sobre mim. Demorou um pouquinho? Talvez! Mas cada um vive o seu próprio processo e sou muito grata por ter conseguido olhar pras piores partes de mim sem tentar ignorar, mas entendendo que só eu posso fazer alguma coisa a respeito delas. Senti empatia por quem nunca pensei que fosse sentir, também senti muito medo, confusão e ouvi mais de uma vez que preciso respeitar os processos.
E na minha mania de querer controlar tudo o que acontece aqui dentro pra não deixar ninguém perceber, reconheci uma versão muito sonhadora de mim que estava escondida por medo dos olhares. Pra minha surpresa eu era a pessoa que mais me julgava. Coloquei tudo na balança, decidi o que faz sentido manter e o que eu posso (e devo) jogar fora.
Este ano encerra um ciclo de muito crescimento emocional (quem sabe até espiritual) pra mim. Tenho aprendido a ser mais leve, a acreditar no que faz sentido pra mim, independente do que as pessoas à minha volta pensem ou digam. E encerro este ano com uma baita certeza de que o que precisa acontecer, vai acontecer. Se eu mantiver as minhas antenas ligadas e meu tempo ocupado colocando tijolo em cima de tijolo, aquelas coisas que eu sonho acordada antes de dormir vão parecer chegar mais depressa. E tudo vai valer a pena.
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De quando eu entendi a sua força


Eu não esperava por isso. Mas quem espera, afinal? Não achei que eu precisasse lutar tanto pra ter paz aqui dentro. Não achei que eu precisasse esquecer de ter que lutar. E se pra você nada disso faz sentido, imagina pra mim. Uma parte da verdade é que eu não queria ter que ser responsável por nada além daquilo que eu já entendo em mim. A outra parte é que, no final das contas, as minhas escolhas são bem poucas e continuar aqui não soa sensato. E a terceira parte é que realmente não é sensato, embora eu tenha custado a entender que discordar de você não me faz automaticamente errada. Dei risada da minha própria cara por ter dito isso tantas vezes e sequer ter analisado que eu mesma não seguia meu conselho.
Eu acho que você mesmo não enxerga as motivações por trás das atitudes que toma. E sei que não é simples como alguém te dizer pra você se dar conta. Algumas coisas a gente só aguenta perceber sozinho. E essa é a parte ruim. Pode ser que, quando tiver coragem pra enfrentar as suas verdades, você esteja irremediavelmente sozinho. Apesar de eu não acreditar no irremediável, não sei se você acredita. Por experiência, eu sei que quando você se apega a uma ideia, ela dura bastante tempo na sua vida. E eu espero que ela (a sua vida) seja longa. Pra dar tempo de lidar com toda essa besteira e ainda sobrar alguma coisa pra aproveitar, pra ter algum brilho nos olhos sem todo esse contexto que te atrapalha.
Você atura quem é. E, apesar de fazer parecer que ama essas manias e essas características tão arraigadas que parecem ser suas, mas não são, eu sei que é tudo uma máscara. E uma que te sufoca e te deixa tão desesperado que você tenta afastar e matar tudo à sua volta, só pra ninguém ver o quanto te machuca e que você não tem a menor ideia do que fazer com isso. Tanto quanto todo mundo. E parecer com qualquer um te assusta, porque você tem medo de ser frágil. Eu só queria te dizer que fragilidade não é fraqueza. Mas nunca consegui chegar perto o bastante pra isso. E talvez você nem saiba que por trás da minha aparente fragilidade se esconde uma força que eu nem sempre mostro. Não é que eu seja melhor do que você, porque não sou.
Mesmo com todos os sinais trocados e as coisas que agora eu vejo, mas que não percebia antes, eu aprendi a ser forte com a sua força. Ainda que ela seja de mentira.
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Ele sempre vai estar lá

Photo by Tyler Nix on Unsplash

Eu sei das minhas falhas. E da dificuldade que eu tenho em ser constante, em fazer sentido, em pisar na realidade com os dois pés, em parar de odiar cegamente coisas das quais eu tenho medo ou não me acho capaz de viver. Eu sei que me afasto, me assusto, durmo no meio do filme e crio uma queda de braço pra tentar manter minha cabeça e todas as minhas outras relações funcionando simultaneamente.
Eu nunca entendo nada e acabo exagerando as palavras. Pelo menos já aprendi um caminho menos difícil pra me redimir por elas. E aí me lembro de uma época remota em que eu achava que precisava ser, fazer e merecer o olhar de quem quer que fosse. As coisas de lá pra cá mudaram tanto que o meu olhar foi tudo de que aprendi a precisar.
Confesso que o excesso de sensibilidade de outro momento se transformou num negócio que volta e meia me faz questionar se não virei um robô. E é aqui que eu paro pra pensar e agradecer pela paciência, pela companhia, pela atenção e pela persistência. Não é toda pessoa na nossa vida que consegue amar quem a gente é no real sentido de ser. Complicado, chato, errado, mesquinho, dramático e frígido.
Não é todo mundo que dá essa sorte de ser amado sem se sentir inadequado. E é por isso, e por mais um monte de coisas, que eu te agradeço. E sei que também não é por isso que você está aqui, mas é uma daquelas pausas que a gente faz pra contemplar o céu, mesmo sabendo que ele sempre vai estar lá. ♡
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