Autoconhecimento sem fronteiras

Tag: textos Page 11 of 13

Aqui você encontra textos de amor, de amizade, de experiências minhas (ou não), desabafos sobre a vida e reflexões do meu próprio processo de autodesenvolvimento.

Poem A Day – A biografia


Eu vi o cursor piscando na tela e percebi meus olhos piscarem sincronizados. Foi tanta coisa ao mesmo tempo, tanta coisa isolada, tanta coisa que é difícil lembrar dos detalhes. Mesmo estando há horas tentando explicar o óbvio, nunca é tão fácil quanto a gente imagina. E eu só posso dizer que a gente é o resultado das nossas escolhas e de escolhas alheias com as quais precisamos conviver. Escolhas que precisamos respeitar.
Eu sempre falo de mim no “coletivo”. Eu sempre digo a gente no lugar de eu. Isso me dá a sensação de que eu não estou sozinha e que, por mais besta que tenha sido o meu erro, alguém em algum lugar já passou pela mesma coisa e eu posso tentar ser humana de novo. Já posso parar de dramatizar o tempo todo e de supervalorizar bobagens diárias.
Preciso deixar muitas coisas de fora. Meu tempo é curto demais pra relembrar, pra reviver e pra tentar entender. Eu vou sentir saudades de você por um tempo, mas se você ficar eu sentirei saudades da falta. Aprendi que dores passam, que o tempo é um ótimo amigo e que o tédio ensina a gente a se curtir. Ficar sozinho é péssimo quando o mundo te vira as costas, mas estar sozinho por escolha é libertador.
Caminho pelo chão terroso, canto em voz alta a minha própria trilha sonora. Busco corujas pousadas em muros. Tenho medo do escuro, de altura e de não ter uma boa biografia no fim dessa aventura. Mas saber que a vida não espera, que portas se abrem e se fecham, perceber que muita gente veio e foi embora e que, mesmo vendo todas essas coisas de perto, eu pude levantar e continuar meu caminho faz valer a estrada toda. Mesmo com pés cansados e calejados, ainda há muito o que andar.
E há muito o que escrever também. ♡

• • •
Follow Me:
YouTube | Instagram | Spotify

Deixe seu comentário

Escondido

Photo by Anshu A on Unsplash

Vou guardar meu amor num frasquinho. Conservar o pouquinho que sobrou. Esconder no fundo de alguma gaveta bagunçada pra nem eu mesma achar. E no dia que eu me deparar com tal recipiente, então eu vou saber. Vou saber que é você, e que vale o desgaste, o risco, a coragem meio camicaze. Vou tirar o amor do frasco, permitir que ele cresça, preencha os espaços, ocupe os cômodos que estão vazios e empoeirados.
Tudo o que escuto agora é eco. A minha própria voz reverberando nas paredes e lugares desocupados da casa. Tudo o que eu entendo é que não posso entender tudo. Não importa o quanto eu me esforce, eu sempre vou deixar algum detalhe passar. Alguns detalhes não são matematicamente discernidos. E que bom. Sou horrível em matemática. Mas pro que a gente sente não tem cálculo, não tem fórmula, não tem professor. E é por isso que eu vou colocar meu amor num frasquinho. Porque eu não sei o que fazer com ele agora.
Vou deixar lá. No canto. Junto com os clips perdidos e alfinetes que eu nunca lembro onde guardei. Junto com as notas fiscais de produtos que já parei de usar. Junto com algum pedaço de durex usado e embolado. Tudo junto naquela gaveta do lado da cama em que eu só entulho as coisas e nunca me dou tempo de arrumar. Junto com alguma carta que eu escrevi pra mim mesma, pra lembrar de viver, de sentir e de não ter medo. A qual nunca leio. Junto com arame de enrolar saco de pão e post its sem cola. Junto de metades de remédios, cartelas vazias e tarrachas de brincos perdidas. Junto do bom senso, fitas coloridas e panfletos de academia.
Um frasquinho de amor perdido no meio disso tudo. Um frasquinho de amor no meio do caos, da bagunça da vida e da rotina. Um frasquinho de amor escondido, esperando ser encontrado na hora certa. Pra valer o tempo, pra pegar de surpresa no meio de uma tarde de tédio e de reciclagem. Pra encher os olhos d’água, o coração de esperança e o estômago de borboletas. Pra ouvir música com emoção e chorar vendo o filme reprisado da Sessão da Tarde.
Pra você é só um frasquinho de amor. Pra mim é um frasquinho de amor escondido, de alguém que se esconde do amor pra fazer de conta que não precisa dele.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

A vida não para

Photo by Paul Green on Unsplash

Tem que saber sorrir. Mesmo que nada faça sentido e não tenha ninguém disposto a te ouvir. Tem que saber se virar com a solidão, dançar ao som da sua música favorita e descansar os olhos no fim da tarde, esticando aquele sono de depois do almoço. Tem que haver disposição, tem que largar de preguiça, tem que sair da caverna em algum momento. Tem que pegar chuva, pisar na poça e se sujar com a lama. Tem que suar, tem que fazer valer e tem que saber se levantar.

Enquanto a água morna batia nas minhas costas, eu pensava que ninguém aparece no nosso caminho por acaso. Nem as piores pessoas, já que elas nos deixam mais espertos. E aí eu pensei que talvez tudo faça muito mais sentido do que o pouco sentido que eu encontrei. Talvez não seja nada do que eu tô pensando e sim algo muito maior e mais valioso. E, apesar de querer muito saber o que acontece a seguir, imagino que talvez as próximas cenas não me surpreendam, mas me tornem bem mais disposta e confiante.
A vida não para. Não canso de repetir pra mim mesma. Não paro de repensar essas palavras pra ver se o medo sara e se o impulso de me proteger não é meramente me acomodar. A vida não para. E eu não parei pra pensar. Pensei enquanto andava. Enquanto pegava chuva, enquanto suava tentando fazer valer a pena, enquanto ria de mim mesma, enquanto dançava com a solidão, enquanto eu limpava meus sapatos sujos de lama, enquanto eu despertava do sono da tarde, enquanto eu falava sozinha e esperava você sorrir pra mim. A vida não para…
Mesmo que você jamais sorria de volta.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Déjà vu

Photo by Mario Azzi on Unsplash

Queria que você sentisse a minha falta como eu sinto a sua. E queria não precisar o tempo todo te lembrar que estou aqui. Sabe, essa parece ser mais uma das histórias que eu junto no currículo da vida pra me sentir experiente o bastante pra dar conselhos. Por mais que você seja tão diferente de tudo o que já passou por mim, ainda vejo similaridades, tenho déjà vu. E aí eu me recolho num canto, tentando não ligar, tentando apagar ou amenizar os danos de ter acreditado sozinha de novo.
Há dias como hoje em que eu tento dar um nome, colocar um rótulo e enfiar dentro de uma categoria, só pra me assustar menos, sentir menos, sofrer menos. Mas eu nem acredito que isso seja mesmo possível, mesmo sabendo que eu já deveria estar calejada, acostumada, curtida. Esse não é tipo de coisa a qual eu queira me acostumar a viver. Então sim, estou mais uma vez tirando o time de campo, querendo dar um tempo de tudo, sumir por uns tempos. Mas só paro de falar de mim o tempo todo e tento ser toda ouvidos pra pessoas diferentes.
Às vezes eu me pego olhando pro nada, visualizando uma cena que eu criei. Algumas vezes a cena é boa, na maioria das vezes é só o que eu tenho medo de reviver. Eu nunca chego a nenhum lugar bom com isso. E tento compensar produzindo alguma coisa útil, pra aliviar o peito, a consciência, pra não me sentir tão louca e egoísta por querer que você pense em mim tanto assim… A ponto de se sentir triste me imaginando com outro alguém. A ponto de perder a fome ou acordar com um sentimento confuso e que não diz nada.
Ontem eu fui dormir pensando que a gente não controla nada. Que a vida é isso e a gente precisa aprender a viver bem com o que tem. Você estava presente nesses pensamentos como um expectador. E eu queria poder quebrar a tela entre nós pra sentir um abraço que pudesse me levar pra longe de tudo.
Mas eu continuo aqui.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Um bom motivo

Photo by Josh Felise on Unsplash

Eu te vi chegar de fininho, aos poucos, fazendo esforço pra não ser visto. Ri do quão engraçado foi ver você derrubar os livros e estragar seu disfarce. Você me olhou nos olhos e ergueu os ombros reprovando a sua própria falta de jeito em passar despercebido. Ainda me lembro daquele olhar e de como ele me fez sentir.
Outro dia você me ligou porque eu fui embora antes de você voltar e a gente não se despediu. E eu pensei “lá vamos nós outra vez”, revirei os olhos e achei tudo aquilo muito clichê. Já te achava legal e tudo, mas não imaginei que um dia eu pagaria pra ver. E olha que eu paguei… a língua. Te liguei no meio de uma tarde e uma chuva torrencial pra te dizer que não dava mais e que eu queria te ver. A sua risada entregou na hora tudo o que você esteve pensando durante todo esse tempo.
Dois dias depois a minha campainha tocou e era você. Meu susto, meu coração, minhas mãos trêmulas, minhas borboletas no estômago, minhas pernas bambas, minha cara de trouxa, você… no meu portão. Foi o abraço mais longo e apertado que eu dei em muito tempo. E eu prometi pra mim naquele dia que eu nunca te deixaria sair da minha vida.
Algumas vezes chove, outras faz sol. Algumas vezes eu tenho certeza, outras sou toda dúvidas. Têm dias que eu não vou a lugar algum e têm dias que eu faço as malas. Eu choro de medo e incerteza agora e depois sorrio de tantas possibilidades inexploradas. Eu tento ser daqui pra fora, mas no fundo eu sei que não iria a nenhum lugar em que não pudesse te encontrar.
Você tentou chegar sem alarme, sem barulho, sem atenção. Mas antes de estourar o silêncio, eu já tinha te visto. E por mais que eu tenha tentado negar de várias maneiras, no fundo eu sabia. Foi daquele olhar em diante que eu encontrei nas minhas próprias falhas um bom motivo pra continuar tentando.
E eu nunca desisti. 
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Pra você ficar


Você me olhou com carinho pela última vez naquele dia antes de fechar a porta. Eu achei que meu coração fosse pular pela boca, então sorri sem mostrar os dentes. Você foi doce e isso interrompeu a minha amargura. Eu te entendi pela milésima vez e isso doeu como sempre. Porque te entender não significa menos incômodo ou menos vontade de sumir daqui quando você me olha decidido a não ficar.
Eu fiz um trato pessoal de não tocar mais no assunto e nem em nada ao redor dele. Mas no domingo, quando eu te vi sorrir, achei que seria uma boa ideia acreditar. Mas não era. E eu não levei 24 horas pra compreender que estava me enganando outra vez. Tentar transformar as coisas em algo que elas não são só infringe dor. E já tem dor sobrando. Não precisamos de mais. Não precisamos de outra razão pra dizer adeus.
Pode parecer estranho, mas eu fiz questão de gravar cada momento na memória. O seu olhar, seu carinho e a mão na maçaneta da porta. Eu não sei se eu quis muito ver ou se realmente aconteceu, mas a maneira como seus dedos se fecharam na maçaneta me disse o quanto você gostaria de permanecer. E mesmo com tantos motivos pra ir, eu não posso em nenhum momento perder a esperança de que um dia você fique. E fique pra sempre.
• • •
» Follow me «

SpotifyInstagram | YouTube

Deixe seu comentário

Longe da verdade


Deus é perfeito. Eu não. Mas isso não me isenta de tentar melhorar a cada dia. Isso não me livra de aprender com meus erros. Deus é paciente e eu tento ser. Não porque eu vá chegar sequer perto de algum lugar onde a paciência de Deus possa estar, mas porque a vida é construção. Passo a passo. Degrau por degrau. Deus é onisciente e eu não. Mas a vida sempre dá dicas e o orgulho não deve impedir a visão.
As pessoas perdem a paciência, perdem a vontade de continuar tentando, perdem o foco, o chão e até a fé. O problema é meu, é seu, é de todo mundo. Porque ninguém está livre de tropeçar e beijar o asfalto na próxima esquina. Ninguém pode ter de si mesmo a certeza de que nunca vai errar, nunca vai cometer o mesmo erro de outra pessoa. Erros acontecem de muitas maneiras diferentes. Pro acerto só existe um caminho. Pro erro existem vários.
Eu vi mais alguém murchar, se encolher, desanimar. Eu sei que, graças a Deus, não por tempo o bastante pra desistir. Deitaram a bagagem no asfalto, acenaram mais uma vez. Já perdemos a conta. Já não sabemos onde foram parar os outros. Já sentimos o mesmo medo outras vezes. Mas nunca vimos mudar.
Passamos muito tempo esperançosos, ansiosos. Tudo se moveu no sentido oposto. Aceitamos de peito aberto, pois entendíamos que nada poderíamos controlar. Mas Deus é incorruptível e nós não. E, com o passar do tempo, ferrugem começou a aparecer. Com o passar do tempo, já não sabíamos o que era certo porque acreditamos no que era errado.
Eu sei. Ainda há muita vida, muito tempo e muitas coisas ainda podem acontecer e mudar. Eu torço pra que sim. Mas enquanto isso, mais um aceno de adeus. Porque não há consolo onde se está desconsoladamente longe da verdade. ♡

• • •
Follow Me:
YouTube | Instagram | Spotify

Deixe seu comentário

Page 11 of 13

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén