2023 – Resoluções de ano novo

Eu comecei a pensar em metas para o meu ano novo em dezembro. E eu fiz um planejamento no Notion que me deixou muito orgulhosa e animada. É claro que, na prática, a vida acaba colocando um pouco mais de emoção na nossa noção de ordem do que a gente tinha esperado. E é justamente por isso que esta publicação está saindo apenas agora (20/01).

As primeiras aulas de espanhol que tive no ano falavam justamente de metas e quadro de visualizações. Isso só reforçou a minha ideia de falar disso por aqui. E, como vai ficar claro até o final da leitura, voltar a usar este espaço é uma das coisas que eu decidi fazer em 2023.

Eu tenho mais metas do que as que eu coloquei aqui. E elas também são mais específicas, detalhadas e pessoais. Aqui eu compartilho o que faz sentido ser compartilhado – assuntos que eventualmente vão voltar a ser citados como temas de vídeos, textos e etc. Mas nem por isso as metas apresentadas aqui são menos reais ou importantes. Vamos a elas?

FAZER O TRABALHO INTERNO

Nos últimos tempos, eu venho sentindo a necessidade de levar o trabalho interno para outro nível. Então, eu vou voltar para a terapia (depois de anos) e priorizar tudo o que faça sentido dentro deste tópico. Porque, pelo menos para mim, é essencial estar bem para conseguir ser produtiva. Não é mais uma coisa que eu quero adiar ou fazer sozinha.

Escrita diária, momentos de pausa e de lazer, aprender a fazer as coisas que são desconfortáveis, mas que são boas para mim, como sair de casa com mais frequência… É a esse tipo de coisa que me refiro quando falo de fazer o trabalho interno.

E também tem a ver com a qualidade do meu diálogo comigo mesma, com conseguir finalizar as coisas que eu começo, assumir e bancar meus projetos, minhas grandes vontades e parte da minha personalidade que eu acabo omitindo para deixar as pessoas confortáveis.

Quanto mais eu mexo nisso, mais eu vejo a quantidade de coisas que precisam ser trabalhadas. Mas é para isto que estou aqui.

ORGANIZAR E EXPANDIR FINANÇAS

No final do ano passado, eu tive um encontro com um consultor financeiro que, por acaso, é meu irmão. Ele me incentinvou a ler um livro do Gustavo Cerbasi que eu tinha há séculos e que nunca tinha lido – não foi exatamente o título que ele indicou, mas era o que eu tinha. Cheguei ao final do livro com a certeza absoluta de que eu realmente preciso de consultoria financeira.

Mas eu também preciso muito trabalhar as ideias que tenho a respeito do dinheiro. E, sim, isto tem a ver com fazer o trabalho interno. Sei que tenho muitas ideias inconvenientes relacionadas tanto ao dinheiro quanto a mim mesma em relação a ele. Então, é pela mentalidade financeira que eu quero começar a organizar e expandir as minhas finanças.

É claro que ter uma planilha também ajuda a entender de onde está vindo e para onde está indo o dinheiro que eu tenho agora já ajuda muito, mas para aumentar a qualidade e a quantidade das experiências que o dinheiro pode me proporcionar, vou precisar melhorar a qualidade dos meus pensamentos a respeito do assunto.

ME PREPARAR PARA A NOVA FASE DA MINHA VIDA

Este é meu momento “vem aí” que começou junto com meu relacionamento lá em 2018. Atualmente, eu estou noiva de um cidadão americano e nosso relacionamento funciona à distância há quase cinco anos. Estamos na fase “visto” e este período está marcado por uma completa sensação de estar empacada. E é aí que me preparar para o que vem depois disso entra.

Me preparar é o que eu posso fazer neste meio tempo. Tenho pensado muito em tudo o que eu sei e aprendi de lei da atração e hermetismo nos últimos anos e acredito que desenhar o que eu espero dessa nova fase pode ser muito significativo para mim.

Eu tinha medo de criar muitas expectativas a respeito disso, mas entendi que não precisa ter necessariamente a ver com viajar na maionese. Eu não preciso esperar a minha vida mudar para mudar junto com ela. Eu posso simplesmente começar a mudar e suavizar o processo de adaptação quando a vida não estiver mais como é agora.

VOLTAR A PUBLICAR NO BLOG

No último ano eu decidi parar de trabalhar com música e me dedicar à criação de conteúdo de autodesenvolvimento. Mas eu sinto falta do meu lado artista. E me lembrei o quanto eu gostava de escrever de criar para o blog. Lembrei também que eu tinha um blog e que ele estava parado por tempo demais.

Escrever e criar conteúdo sempre foram partes muito importantes de mim e os últimos anos me distraíram disso. Eu acabei dando muito mais atenção a outras formas de comunicação e esqueci um pouco das minhas formas de comunicação.

Eu amo este espaço, amo escrever, amo pensar filosoficamente a respeito da vida e me perder em devaneios que as pessoas nem sempre conseguem acompanhar. Mas eu gosto de transformar tudo isso em música, escritos e conteúdo. Eu me perdi um pouco de algumas dessas coisas, mas aos poucos eu vou voltando à prática.

ME DEDICAR AOS ESTUDOS DE ESPANHOL

Ano passado eu comecei a fazer aulas de espanhol, que era uma língua que eu não curtia muito e não achava que fosse aprender tão cedo. Não lembro qual foi a virada de chave, mas considerando que aprender espanhol hoje faz parte do que eu considero “a nova fase da minha vida” e que a oportunidade surgiu, eu fiquei muito feliz por ter começado.

Tem sido um grande desafio para mim, porque eu jurei que tinha facilidade para aprender idiomas, mas descobri que eu sou um ser humano normal e que preciso passar pelo processo de errar antes de aprender – contém muita ironia. Então, eu me deparei com uma parte mesquinha da minha personalidade (que eu tinha esquecido, mas já tinha conhecido enquanto estudava inglês) que faz birra e tem pavor de errar.

Quem diria que aprender um idioma fosse me proporcionar uma oportunidade enorme de me conhecer e, de quebra, superar desafios internos para além da própria língua… Mas a grande lição disso tudo é que eu realmente tenho que arregaçar as mangas e estudar, porque eu não vou aprender magicamente e, principalmente, porque eu posso estudar e porque eu quero muito aprender.

APRENDER A JOGAR (E LER) CARTAS DE TAROT

Essa vontade começou há alguns anos e foi sendo adiada desde então. Seria adiada por mais um ano se eu não estivesse mais atenta ao que a vida me diz. Comecei a perceber que, mesmo não tenho planejado estudar ou integrar o tarot na minha vida e na minha rotina para este ano, a coisa tomou forma por si só e, quando vi, o tarot se impôs quase como quem diz “vai me estudar, sim, querida”.

Vivi coisas suficientes para aprender a não ignorar algo assim. Aceitei que este ano é um ano de compreender como posso usar essa ferramenta para o autoconhecimento. E, ironicamente ou não, é justamente o mesmo ano em que eu decidi levar o trabalho interno (sim, vou falar disso até enjoar) para um outro nível. Estou animada com isto!

Quero finalizar esta publicação com um trecho roubado do meu próprio diário que fala muito do que venho sentindo e pensando ultimamente. Há coisas que eu gostaria de sempre me lembrar, especialmente quando os dias não são os melhores. Vou deixar esse pensamento registrado aqui, porque é isso o que eu mais quero manter em mente ao decorrer deste ano:

“Este ano eu quero conseguir fazer dos momentos de crise momentos de inspiração, criação e arte. Mas não quero depender desses momentos ou de estar em crise para me sentir inspirada, criativa e artista. Eu não quero me sentir paralisada pelas coisas. Se elas não saírem do caminho, então elas serão o caminho ou o caminho vai se abrir através delas.”

17/01/23

Feliz ano novo!
Com AMOR 🖤

Tudo de novo?

Photo by Danil Aksenov on Unsplash

Mudei meu blog de casa e dei um nome ponto com pra ele. Ano novo, vida nova, não é mesmo? Escrevi isso aqui com outras palavras diversas vezes e enquanto migrava meu conteúdo de plataforma e relia esses textos, pensei o quanto fiquei presa esse tempo todo a essas ideias de “agora vai”. E nunca ia, sabe?

Como já andei dizendo por aí, parece que fiquei bons anos atada à ilusão de que uma fada madrinha apareceria e me recompensaria pelo meu bom comportamento. E o que agora entendo é que até o “bom comportamento” exige riscos. Porque não adianta você ter potencial pra salvar o mundo se você não tem coragem de usar esse potencial pra lutar pelo que você acredita.

Além disso, a tendência de jogar só lá pro futuro a possibilidade de me sentir satisfeita com as coisas não ajudou também. Tantas conquistas e mini conquistas que eu deixei de comemorar por não serem exatamente o que eu queria, sem me dar conta de que celebrar essas pequenas conquistas poderia servir de incentivo pra continuar o meu caminho. No final das contas, eu ainda descobri que nem sabia realmente o que eu queria e estava fazendo.

É ruim a sensação de não saber pra que você existe, mas seria ainda pior não sentir nenhum tipo de incômodo a respeito disso. Às vezes os talentos e habilidades que a gente têm só são validados por nós mesmos quando temos a sensação de servir e de ser útil. E ser útil pode ter tantas caras diferentes que só quem sabe com quanto pode contribuir vai saber se realmente tá entregando tudo o que tem ou sendo medíocre – por preguiça ou má fé.

Enfim, me vi relendo coisas que eu mesma escrevi sem fazer a mais absoluta ideia de onde queria chegar mas jurava que sim. Deixei de me olhar com gentileza e de reconhecer as coisas que eu conquistei sabendo pouco ou quase nada. Quis pertencer à definições de sucesso que não são minhas e olhei pra vida através de uma lente embaçada que fazia nada parecer bom o bastante. Nem eu mesma. E, não vou mentir, alguns dias ainda são assim.

Mas não quero mais agir por preguiça ou má fé e entregar menos do que eu sei que posso. Porque não me sentir útil fere mais do que a minha própria existência. Mas eu também não quero fazer nenhum tipo de promessa ou gerar expectativas de coisas que a gente só sabe como vão funcionar na prática. Então, é isso. Feliz ano novo.

Será que é novo ou só tudo de novo?

Um ano de “Nossa História” na minha história

67944499_2437707129849881_3089253402010451968_o
Foto perfeita da Michelle Felippelli

Hoje faz exatamente um ano em que eu e a Bia Pedroso (minha melhor amiga desde o ensino médio e fã enlouquecida de Sandy & Junior igual a mim) vivemos uma aventura pra assistir ao show da turnê Nossa História no Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca. Quando os primeiros rumores dessa turnê surgiram a gente nunca poderia ter imaginado todas as situações loucas que viriam a seguir.

A primeira coisa que todo mundo viveu junto foi o perrengue das filas online intermináveis e dos ingressos esgotados em pouquíssimo tempo. A gente passava um dia inteiro aguardando no site e quando liberava a venda, nosso número era o 121.110 e quando chegava a nossa vez, já estava tudo esgotado.

Até a última semana de julho eu nutria esperanças de que algum show em um local imenso no Rio surgisse porque o desespero foi tanto que acabamos comprando ingressos pro show do Allianz Parque, em São Paulo. A gente ia inventar um jeito de fazer essa viagem acontecer, mas não ia ficar de fora dessa turnê!

Os shows no Jeunesse Arena aconteceriam sexta e sábado (dias 02 e 03 de agosto). Na quarta-feira daquela semana, a Bia me mandou mensagem dizendo que tinha conseguido acessar dois (eu repito DOIS) ingressos pra pista premium na data extra (dia 02). Eu não fazia A MENOR ideia de como eu ia conseguir pagar aquele ingresso, mas eu falei “compra, amiga”.

Começou a correria pra gente se encontrar e resolver tudo o que precisava pra viver o momento. Combinei com a minha cunhada de dormir lá (ela e meu irmão moram próximo à casa de show) e por alguma razão eu ignorei a necessidade de itens básicos de higiene que a gente ia precisar aquele dia.

Pra resumir, não tinha ninguém em casa, o porteiro era novo e não ia aceitar ficar com a nossa mochila e minha ideia desesperada foi mandar uma mensagem pra madrinha do meu sobrinho e pedir pra ela ficar com a mochila e entregar na casa deles depois (que era caminho pra casa dela). Graças a Deus, ela aceitou (obrigada, Vivi – e Filipe) e lá fomos eu, Bia e a mochila.

Passamos direto do ponto que deveríamos descer e o ponto seguinte era muito longe, deserto e escuro. O motorista cismou que a gente podia descer lá e voltar não sei quantos metros a pé, que não tinha problema. Eu não acreditei. A Bia também não. Descemos em um ponto desconhecido do BRT, em frente a um hotel, pedimos um carro pra voltar e aí sim conseguimos chegar onde a gente ia deixar a mochila, que era a poucos metros do Jeunesse Arena.

Entramos e erramos a pista. Fomos pra pista comum e a nossa era a premium. Saímos correndo (de animação) pra pista certa e a moça que trabalhava lá até brincou com a gente falando pra ter calma. Choramos quando nos demos conta de que a gente tava MUITO perto do palco e entendemos que os ingressos valeriam cada suor e centavo.

E o resto é história. O show foi incrível. Ponto alto: Junior. Eu achei que tinha uma treta rolando na nossa frente e a mulher me olhou como se eu fosse louca, porque fiquei cutucando a Bia pra ter cuidado e jurava que ia sobrar soco pra alguém. Mas aparentemente era só uma zoeira entre as meninas. Duas horas e tanto de show passaram voando e no final a gente chorou demais de felicidade, de realização, de tudo o de bom que couber na mente.

Quando a gente saiu, estava chovendo. A galera tava cantando “Cai a chuva” no caminho pra fora do Jeunesse e foi legal. Até deixar de ser legal e a gente ficar presa numa garagem tentando chamar um carro pra ir embora e nenhum motorista aceitar a corrida. A corrida era curta, o espaço estava lotado de gente e juro que entendo que não valia a pena pros motoristas. Mas éramos duas mulheres tentando voltar pra casa à noite, no Rio de Janeiro.

Daí eu pensei “acho que dá pra ir andando”. Aproveitamos que um grupo de quatro mulheres estavam indo na mesma direção que a gente e fomos juntas. Até que elas entraram num condomínio na metade do nosso caminho e precisamos seguir sozinhas. Quando a gente virou a rua onde meu irmão morava, tudo escuro, deserto, chovendo. O que a gente pensou: vamos correr.

Chegamos até a porta do condomínio, esbaforidas e ensopadas e meu irmão não atendia. Ai, gente! Enfim… Depois de dar tudo errado, deu tudo certo, a gente subiu, dormiu e no dia seguinte meu irmão deixou a gente na porta do Barra Shopping porque a gente queria ver a exposição Sandy & Junior Experience. Entre o fim do show e a correria meu celular (que já tava todo capenga e defeituoso) morreu por causa da chuva e só ressuscitou muito tempo depois, com a ajuda de um secador. Olha, cada coisa…

A ficha daquele dia só tá caindo agora, um ano mais tarde. E, apesar dos perrengues, eu faria tudo de novo, com todas as pamonhadas. São essas coisas que fazem da história uma coisa tão nossa. E “Nossa História” me deixou com várias histórias pra contar. Eu amo cada uma delas. ♡