Você não é uma fraude

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A ideia de falar sobre isso vem de um sentimento que é meu também, mas que existe porque muitas crenças estão enraizadas na nossa cabeça. Essas crenças seguem uma cartilha de aspectos que fazem parte da nossa vida (o fato de sermos mulheres, de sermos jovens ou velhas demais para coisas que a idade não importa, termos mais ou menos grana…) e que, se olhadas de perto, com apresentação de dados e argumentos, elas nem fazem sentido.

Recentemente, eu cheguei à conclusão de que padrões negativos de pensamento são praticamente um vício. A gente precisa vigiar constantemente, fazer um esforço real e consciente para não se deixar levar por vozes na nossa cabeça que estão dizendo o tempo todo que a gente não vai conseguir ou que não faz a menor ideia do que está fazendo.

Para todas essas vozes, a resposta é: não dá para conseguir sem tentar e se eu não sei o que estou fazendo, eu posso aprender. Do mesmo modo que, em algum momento, a minha versão no passado aprendeu a duvidar da própria capacidade ou a ter medo de tentar porque errar às vezes dói. Tentar e errar fazem parte do mesmo processo: aprender.

A gente pode até ter nascido sabendo de algumas coisas que teve que esquecer para se adequar, mas agora o nosso trabalho é relembrar, redescobrir e reacender a certeza de que está tudo bem. Se você está lendo isso, está tudo bem. Eu acredito em você e sei que você não é uma fraude.

Se você fosse uma fraude, você estaria fazendo qualquer outra coisa na vida, menos lendo um texto que te diz que você não é uma fraude. Ninguém que está voluntariamente agindo contra princípios teria esse tipo de preocupação. Então, acredite que qualquer coisa que você não saiba, você pode aprender. E qualquer coisa que você ainda não tenha conseguido, você pode tentar de novo.

Se é para o seu crescimento, para o seu bem estar e para que a sua verdadeira natureza se revele, vá atrás disso com toda a força que você tiver! Estamos juntas ♡

Aprendendo a se desafiar

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Uma das coisas que eu mais ouço dizerem e que eu também digo aos montes é que é muito importante você saber quem você é. Não que isso seja uma coisa que a gente descobre da noite para o dia ou que uma vez cientes da resposta a gente nunca mais precise investigar, prestar atenção ou tomar notas. Se conhecer é um processo longo, extenso e muitas vezes dolorido. Mas é necessário, especialmente quando a gente pretende usar a própria voz, a própria força e as próprias habilidades para se expressar. Se expressar sempre vai exigir uma dose extra e ainda mais corajosa de autoconhecimento.

Conhecer quem somos, as nossas paixões, os nossos desejos e sonhos, nossos afetos e desafetos, nossas qualidades e defeitos é um caminho que revela uma série de respostas interessantes e incômodas que ajudam na montagem do nosso quebra-cabeças. E, nesse caminho, também dizem (e eu também digo – porque acredito) que é muito importante a gente conhecer e definir os nossos limites. É importante principalmente para que não sejamos desrespeitadas, invadidas e menosprezadas naquilo que tem valor para a nossa alma.

Acredito de verdade que é muito importante a gente saber impor a nossa vontade, definir e verbalizar (acima de tudo, para as outras pessoas) até onde a gente está disposta a ir e respeitar aquilo o que nosso corpo e a nossa alma pedem. Mas acredito que é ainda mais importante que a gente conheça os nossos limites para podermos ultrapassá-los.

Talvez isso soe um pouco controverso, mas eu acho que alguma coisa se perde na nossa constante necessidade de afago. Está tudo bem precisar de colo, de espaço, de tempo, de abraço, de compreensão. Só não está tudo bem confundir essas coisas com uma desculpa para não se responsabilizar pela própria vida. E eu compreendo que esteja difícil, mas não vai ficar mais fácil se a gente simplesmente fizer beicinho e cruzar os braços.

O autoconhecimento é um desafio em si, mas ele também permite que a gente tenha a oportunidade de saber a melhor forma de se desafiar e se expandir. Você já deve ter ouvido que a zona de conforto é o tipo de lugar onde nada realmente interessante acontece. Seus limites estão ali intactos porque você não se aproxima deles para saber se é possível ir um pouco mais além.

E, não me entenda mal, eu não estou falando sobre se atropelar, pular etapas ou ser cruel consigo mesma. Estou falando sobre não ser condescendente com as suas próprias habilidades, capacidades e desejos. Você consegue fazer mais quando é para outros, por que raios você não conseguiria fazer o mesmo por você? Não tolere ser a pessoa que faz corpo mole para realizar as próprias conquistas porque, enquanto elas forem apenas ideias na sua cabeça, elas não vão poder mudar a vida de ninguém. Nem a sua.

Que tipo de protagonista é você?

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Todas nós somos feitas de histórias. As boas, as ruins e as que a gente mal se lembra. Todas essas histórias têm parte em quem nos tornamos. Mas a forma como a gente conta essas histórias importa muito. Porque é a partir dos trechos que a gente seleciona, dos pontos de vista e da importância que a gente dá para certos detalhes que é possível descobrir que tipo de protagonista a gente é. Você já parou para pensar nisso alguma vez?

Há algum tempo debati com uma amiga as características da protagonista de uma série que não era o melhor exemplo de mocinha a que estávamos acostumadas. Mas por que deveria ser? A arte confronta a gente nesses pontos às vezes. Nem todo mundo consegue ser herói o tempo todo. Protagonistas meio desajustados sempre me fazem questionar o meu próprio posicionamento na vida. Se isto aqui fosse uma série e eu fosse a espectadora (o que, de certa forma, também sou), será que eu me acharia uma protagonista chata?

A história é minha e, mesmo que eu não me veja no controle de muitas coisas, a forma como eu conto (até para mim mesma) esta história pode mudar a forma como eu lido com o que já me aconteceu, acontece e ainda pode acontecer. Eu poderia omitir minhas vitórias, exaltar os meus erros, desconsiderar episódios e fazer de conta que certas personagens jamais existiram. Talvez, com isso, montasse uma narrativa muito ruim e sem nexo que dificultasse a compreensão ou a conclusão da história. Tudo depende do tipo de protagonista eu me proponho a ser e, é claro, de que tipo de desfecho eu espero conseguir daqui para frente.

Escolher os rumos da sua história, as ações e reações da protagonista e a forma como tudo isso será contado, apesar de poder inspirar muitas pessoas que te assistem, são ajustes que você precisa fazer considerando o seu próprio ponto de vista e tesão em viver a própria vida. É você quem se assiste, se ouve, se sente e se vive em tempo integral. A sua história está fazendo sentido para você? Como você poderia contar e viver essa vida de um jeito que te orgulhe e te coloque no papel principal, que é o lugar ao qual você pertence?