Limitar Para Expandir

Conhecer e definir os seus limites é um excelente hábito de autocuidado. Ao contrário do que se sente ao dizer “não”, definir limites não é um ato de egoísmo e nem significa que você é uma má pessoa.

Entender os seus limites te permite saber até onde você consegue ir sem muito esforço e gasto desnecessário de energia e, é claro, te ajuda a manter o seu espaço pessoal, físico e emocional da maneira que for melhor para você.

Isso dá às pessoas a chance de te conhecer e respeitar ou encontrar o caminho da rua. Afinal, você não é obrigada a abrir ou manter espaços na sua vida para quem não respeita as regras da sua casa – do seu trabalho, do seu corpo, das suas emoções…

Seus limites permitem que você saiba a hora de expandir

Quando você sabe até onde consegue ir com a força que tem agora e, mais importante, quando sabe o que você realmente deseja, você descobre que as suas limitações (ou dificuldades) têm um prazo de validade – especialmente se são limitações que te impedem de chegar aonda você quer.

As suas fronteiras e o tanto de energia que você vai precisar depositar nessa empreitada precisam ser familiares para você. Afinal, os limites são para o outro e não para você.

Comunicar esses limites é para que você não se perca de si mesma sendo invadida por demandas externas, e nem tenha seus sentimentos e necessidades invalidados. Mas você não deve ficar presa do lado de dentro desses limites.

Não use as limitações como desculpa

Às vezes na ânsia de manter as pessoas do lado de fora, você se tranca do lado de dentro e isso não contribui com a sua própria caminhada.

Os seus limites são seus. E você é a única pessoa que pode dizer quando é hora de deixá-los quietos e quando é hora de romper esses limites e ir além. Ninguém pode te forçar a percorrer um caminho para o qual você não estiver preparada. Mas é seu papel não paralisar usando um limite como desculpa para não se arriscar a fazer algo que pode ser bom para você.

Lembre-se:

Seus limites são guias e não barreiras. Cuide-se! 😉

Rompendo Ciclos e Padrões

Todas as coisas têm o seu ciclo (a natureza, a vida, as pessoas) e dentro de cada ciclo é possível perceber diversos padrões. No ciclo da vida, a infância conta uma história importante (e subestimada), que revela nossa personalidade e nossas escolhas como pessoas adultas.

Você pode fazer de conta que isso é coisa do passado porque você “não morreu nem nada”, mas as coisas que você ouviu, viu e pensou que eram normais ou que não eram normais afetaram a forma como você se comporta hoje. Seja porque você decidiu seguir os mesmos caminhos, fazer o extremo oposto ou não pensar demais a respeito e só “seguir o fluxo”.

Seguir o fluxo pode ser bom quando você entende o que é esse fluxo e aproveita para viver de maneira consciente as situações que ele apresenta. Mas quando você não presta atenção, pode acabar repetindo experiências que você viu e internalizou sem se dar conta – se isso é bom ou ruim, só você pode dizer.

Até que alguém desperte e assuma a responsabilidade de romper com esses ciclos e padrões, eles vão continuar se repetindo. Não porque a vida seja cruel, mas porque as possibilidades de lidar com uma mesma situação são infinitas e a vida vai promovendo novas oportunidades para que haja novas resoluções.

Observe o que é feito no piloto automático

É necessário investigar os pensamentos, comportamentos, as palavras que são usadas automaticamente e criar mecanismos que nos permitam perceber essas ações automáticas e transformá-las na hora do “vamo ver”.

Quais são as palavras e expressões que você mais repete? Que ideias estão por trás dessas palavras? De onde ou por meio de quem elas vieram até você? Elas condizem com quem você é ou com a vida que você tem ou quer ter? É possível substituir essas falas por algo que faça mais sentido?

O mesmo vale para o que você pensa! No que você mais pensa? Esses pensamentos fazem você se sentir bem ou mal? Eles contribuem para o seu bem estar e desenvolvimento? Quanto tempo você dedica a pensar nas coisas que te fazem mal? E nas coisas que te fazem bem? Esses pensamentos são seus ou são fruto de algo que te disseram? É possível escolher pensamentos que te deixem de cabeça leve?

Por fim, os comportamentos. O que você faz diariamente? Quantas dessas coisas você faz porque quer e quantas você faz porque precisa? É possível fazê-las de uma outra forma? Quantas coisas você faz no automático e precisa checar porque não lembra de ter feito? Que coisas você faz que sabe que são ruins para você e para os outros? Você se apoia na desculpa da personalidade para manter hábitos nocivos? É possível agir de forma mais consciente? Você quer fazer isso?

Rotina como alternativa às novas possibilidades

A rotina pode funcionar como um treino para lidar com essas questões e outras mais desafiadoras que aparecem de brinde. A zona de conforto soa convidativa e gostosinha, mas te deixa despreparada para lidar com o que a vida frequentemente requer para a quebra desses padrões antigos.

As pessoas normalmente projetam no futuro a ideia de uma vida melhor, de um eu mais evoluído e bem sucedido, mas esquecem que o glow up não acontece da noite para o dia. É preciso algum nível de compromisso e investimento de tempo e energia diários para que exista um “antes e depois” que valha a pena ser mostrado.

Fazer escolhas diferentes

Tudo o que você viveu agora é uma espécie de programação que pode ser desfeita, mas demanda disposição e dedicação. E, é claro, fazer escolhas diferentes daquelas que foram apresentadas como as únicas possíveis. Caso contrário, você vai continuar vivendo o mesmo tipo de vida, limitada pelas mesmas ideias e crenças de outras pessoas.

Eu não sou a pessoa que vai te dizer que você tem controle absoluto sobre tudo o que te acontece. Mas sou a pessoa que sempre diz que só dá para fazer o que dá para fazer. Isso significa que as coisas que importam que você faça estarão ao seu alcance para serem feitas. Todo o resto é ansiedade.

Não está na sua mão? Não é sua responsabilidade. Fique com o que você pode fazer e FAÇA O QUE PUDER SER FEITO! Não terceirize suas responsabilidades e não assuma mais do que é possível para você agora.

Seja amiga da sua rotina e aproveite cada pequena oportunidade para se sintonizar com o que você deseja. Um dia de cada vez. 🖤

Você Não Está Perdida, Só Desatenta

Se eu te perguntasse agora “o que você está fazendo da sua vida”, você saberia responder sem hesitar?

É uma pergunta que, quando alguém faz, a preocupação raramente é com a sua felicidade, mas com sua prontidão a cumprir o protocolo, deixar as pessoas à sua volta orgulhosas (ainda que às custas da sua sanidade) e atingir metas que alguém decidiu que deveriam ser suas também.

É normal que essas expectativas alheias somadas à correria do dia a dia, ao excesso de informações que recebemos constantemente sem filtrar e à falta de zelo pelos seus próprios processos internos façam você sentir que está em falta com a vida, com o mundo e com você mesma.

Mas eu vim aqui hoje para te dizer que por mais que você se sinta perdida, você não está. Muito provavelmente você só está desatenta e este texto é para te ajudar a sair do piloto automático e colher as informações que você já tem, mas não está sabendo procurar.

Comece silenciando vozes externas

Há sinais por todos os lados. A vida está sempre se comunicando com você. Mas dificilmente você vai prestar atenção ou acreditar que não é só coisa da sua cabeça se passar o tempo todo buscando validação externa.

Seus amigos e sua família não precisam concordar com as suas opiniões, não precisam aprovar suas ideias e nem entender a sua forma de pensar. Você não precisa que sua psicóloga ou que sua mentora confirmem que as suas percepções fazem sentido, porque no fundo você já sabe.

Ficamos acostumadas a ver reviravoltas emblemáticas nos filmes e perdemos a noção de que a vida, na maioria dos dias, acontece aos poucos. A abóbora não vai se transformar magicamente em carruagem. Mas ela pode se transformar aos poucos e provavelmente você é quem vai ter que colocar a mão na massa.

Então, pare de esperar uma resposta, uma autorização ou um processo mágico e instantâneo vindos de fora, de outras pessoas ou fontes. Você é adulta e pode dar conta das próprias decisões e intuições.

As respostas que você mais precisa estão dentro de você

Mesmo quando alguém te diz algo que você precisava ouvir, isso mexe em algo que já estava presente em você. E você só desejava que alguém validasse a sua intuição. Mas sua intuição já está aí fazendo cócegas em você (aprenda a ouvi-la e validá-la por conta própria).

Sua intuição é mais forte do que o barulho do mundo e é exatamente o que você precisa aprender a ouvir e a se conectar. Não duvide do que você já sabe, já sente e já tem dentro de você – na pior das hipóteses, você vai aprender algo que fará sentido em algum ponto da sua caminhada.

Você pode ter medo de caminhar com as próprias pernas, apostar nas próprias ideias ou não contar com o apoio das pessoas (quando ele não for possível), e eu não posso te pedir para não sentir medo, mas não permita que ele te impeça de assumir os riscos.

O quanto te dói se sentir perdida, empacada e sufocada?

Faça perguntas a si mesma, perguntas cabeludas que você nem sabe por onde começar um raciocínio para responder. Investigue, procure as respostas nas suas histórias, nas suas vitórias, nas suas perdas, no seu passado, nos desafios do seu presente e nos desejos para o futuro.

Contraponha sentimentos ruins com objetivos opostos a eles, que sejam vivos e empolgantes. Vá em direção ao que faz seu coração vibrar de emoção. Até o que não é tão bom assim nos ajuda a identificar o que é e o que gostaríamos de viver em seu lugar.

Se sentir perdida, empacada e sufocada pelas expectativas alheias e pelas suas próprias incomoda, mas varrer para debaixo do tapete só vai te dar mais um lugar para olhar e limpar mais tarde. Aproveite o ensejo para tirar todo o lixo e colocar a casa em ordem.

Você merece saber aonde está indo – e que seja um lugar escolhido com o coração.