Escolha o Seu Desafio

Eu fiz um vídeo para o meu canal recentemente falando do processo de autoconhecimento e de como diversas vezes as pessoas se deparam com esse caminho catando cavaco, mesmo que diversas oportunidades de se entregar voluntariamente a esse caminho tenham aparecido anteriormente.

🎥 Explorando o Caminho do AUTOCONHECIMENTO: Voluntariamente ou Catando Cavaco?

O caminho do autoconhecimento, como vários outros, não é só paisagens e estrada asfaltada. Inclui perrengue e incômodo e não tem como fugir disso.

Desde que você entrou neste lado da vida, sua experiência está permeada pelo bom, pelo ruim e por tudo que transita entre essas duas coisas (porque a vida é mais complexa do que o 8 e 80 que a gente se acostumou a ver nos últimos anos).

Uma escolha consciente

Dificilmente as pessoas conseguem fazer a escolha consciente de começar a se conhecerem voluntariamente. É normal desviar para esse caminho no meio de um tropeço ou outro em que a gente quase beijou o chão.

Na grande maioria das vezes as pessoas vão fazer o que elas precisam quando não restar nenhuma outra opção. Quando o ato de adiar uma decisão importante aconteceu tantas vezes que a vida perdeu a paciência e colocou diante delas o desafio que elas tanto evitaram.

Quando isso acontece, não tem como fugir da situação, mas o ser humano é criativo e sempre consegue inventar mecanismos para fugir do que dói, do que incomoda e do que é preciso encarar para que mais na frente não seja necessário refazer o teste para ter certeza de que a lição foi aprendida.

Livre arbítrio?

O título deste texto pode dar a entender que arbítrio é uma coisa livre.

Eu, particularmente, não acredito inteiramente nesse conceito porque existem muitas coisas que guiam as nossas decisões e sobre as quais é impossível estarmos totalmente conscientes.

Eu acredito que há sim um arbítrio, mas acredito que ele é limitado ao que você aprendeu ou foi exposta nesta e em outras vidas.

Você dificilmente será capaz de escolher algo que não sabe que existe, que não furou a bolha da sua experiência de vida.

Escolha o seu desafio

Levando isso em conta, quando eu digo “escolha o seu desafio”, eu quero que você pense em todas as coisas que você escolheu (porque pôde) para a sua vida e considere tudo o que vem junto disso.

Toda a glória e toda a desonra, tudo de positivo e negativo, tudo de maravilhoso e horroroso (e todas as coisas que transitam entre os polos).

Pense nos desafios possíveis dos quais você escapou e que pertenciam a caminhos dos quais você desviou corajosamente.

Não é possível viver o raiar do dia sem enfrentar a escuridão da noite. Mas já que você precisa lidar com as intempéries da vida e do desenrolar das coisas, que seja fazendo alguma coisa que você escolheu.

O desafio sempre vai estar presente, mas é muito melhor vencer um desafio que te leve para um lugar desejado do que lutar por uma causa que não te diz nada.

Escolher o seu desafio é escolher pelo que vale a pena viver os seus dias de luta.


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O que você realmente deseja?

Você já parou para se perguntar o que você realmente deseja?

Eu gostava muito quando o Lucifer (da série da Netflix) perguntava para os suspeitos de crimes o que eles realmente desejavam e as respostas eram sempre aleatórias e embaraçosas. Isso porque, por causa do poder que ele tinha, as pessoas se despiam por um breve momento de seus julgamentos e falavam a verdade nua e crua, por mais bizarra que fosse.

Eu gosto de pensar que a nossa experiência na Terra tem a ver com descobrirmos nossos desejos, a nossa capacidade de realizar esses desejos e, através da realização desses desejos, criarmos uma onda de inspiração, de contribuição e de evolução que permite que não apenas nós, mas todas as pessoas avancem e passem para a próxima fase do que é existir.

Infelizmente, vejo que estamos presas em uma indefinição. Porque as pessoas não conhecem os próprios desejos, não os assumem ou se sufocam dando muito mais atenção e força aos seus anseios, medos e desafetos do que àquilo que elas realmente desejam.

As pessoas que não conhecem os próprios desejos (as que vivem no automático, geralmente) são as que absorveram o que as pessoas à sua volta ou a sociedade disseram que ela poderia ou deveria desejar. Desejos herdados, construídos por outras pessoas e sistemas, que elas nunca questionaram nem para entender se são realmente “desejos” ou apenas uma lista de tarefas que assumiram por acharem que deviam algo a alguém.

Desejar é ter ambições. E tanto desejo quanto ambição são palavras que expressam intensidade. Mas nenhuma delas precisa indicar descontrole. Assim como nenhuma precisa ser riscada do vocabulário feminino, porque podemos desejar, ser ambiciosas e não há absolutamente nada de errado nisso. Desejar é ter gana de viver. Um motivo para se comprometer com a vida que não passe necessariamente pelas demandas de outras pessoas.

Descobrir seus desejos exige uma viagem para dentro de si. Assim como destravar os caminhos para a realização desses desejos também exige essa viagem para entender quais são as limitações e julgamentos que você pode ter acerca deles.

Eu acho que vale mais a pena você descobrir e curar o que te impede de assumir os seus desejos do que justificar a existência deles. Seus desejos não precisam ser justificados, eles precisam apenas ser sinceros. Você deseja porque está viva, porque é saudável, porque tudo em você pulsa, vibra e clama por mais vida e realização.

Desejar é um ciclo interminável. Enquanto você existir, você vai desejar. Então, acolha, respeite e se comprometa a ir em busca dos seus desejos. Talvez nem todos se cumpram, mas você vai preferir viver em função deles do que fazendo de conta que eles não existem. 🖤

Você pode (e vai) mudar de ideia

Este é um daqueles textos com base em experiência pessoal direta. Eu estava assistindo a um vídeo e, por dentro, quase colocando em cheque uma criação em que eu tinha acabado de trabalhar. Quase recuei, mas depois pensei que no momento em que minha criação ocorreu aquilo era uma verdade para mim e, até aquele momento, ela continuava sendo. O que me assustou foi a possibilidade de mudar de ideia a partir do momento em que aquela criação fosse publicada.

E aí, eu pergunto: e qual seria o problema nisso?

Acho que acostumamos com a ideia de que é errado mudar ou que mudanças são menos importantes ou falsas porque em algum ponto da nossa história nós pensamos de outro jeito. E isso é uma coisa paralisante, assustadora e de uma ignorância bizarra. Porque a gente está aqui para evoluir mesmo. Se fosse para ficar presa nas mesmas ideias de sempre, qual seria o sentido?

Eu entendo que algumas pessoas se sintam particularmente ameaçadas por aquelas que se colocam no caminho da mudança, porque elas desafiam a ideia de que você pode guardar alguém em um potinho rotulado e catalogado. A ideia de que você sabe exatamente com quem está lidando é mais suportável do que entender que toda pessoa é um universo inteiro e complexo (você não conhece nem todas as nuances possíveis de você, que dirá dos outros).

Mudar de ideia não precisa ser um bicho de sete cabeças e nem condição obrigatória antes de dar vida às nossas ideias do jeito que elas estão, porque muitas das nossas mudanças só são possíveis a partir do movimento e do atrito com a vida. Nossas percepções, ideias e opiniões precisam da experiência e da exposição ao mundo lá fora para serem forjadas. Então, é normal que no teste de fogo algumas estruturas realmente se modifiquem.

A minha natureza sempre foi ir em busca da próxima coisa. Me abrir à lapidação e descartar conceitos que não me serviam mais. Acredito que é um gesto de coragem mudar quando tudo permanece igual, mas também permanecer igual quando tudo muda. E entender esses movimentos vem do que eu sempre falo: autoconhecimento. O que faz sentido manter? O que já passou da hora de ir?

Para o bem do que eu chamo aqui de evolução, você pode (e vai) mudar de ideia. E as outras pessoas também – algumas para melhor e outras para pior. Não tem nada de falso, de errado ou de incomum em mudar de ideia. Em muitos casos é até recomendável. E, se você está aí esperando o “tempo certo” de mostrar as suas criações, numa tentativa de cobrir todas as possíveis falhas e ter uma perspectiva irretocável, pare. Nosso amadurecimento vem com a vivência e não do excesso de autoproteção.

Exponha-se à vida. É assim que a gente evolui. 🖤